sexta-feira, 11 de maio de 2018

O Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo Testamento

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…o Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo Testamento, o que muda é apenas a sua relação quer com Israel quer com os cristãos, sejam eles judeus ou gentios. Os israelitas ao rejeitarem o Messias, ao rejeitarem a fé e quererem manter-se sob a lei de Moisés, estão, por outras palavras, dizendo que querem manter a sua relação de SENHOR e Servo com Deus e não querem sair dessa relação para a relação de Pai e Filho. É por isso que até hoje Deus trata Israel como seu servo ou seu escravo.

No seu livro “Deus, um delírio”, R.Dawkins procura separar o Deus do Antigo Testamento do Deus do novo Testamento. Esse entendimento não é apenas de Dawkins. Não resta dúvidas de que o Deus do Antigo Testamento parece ser mais severo e o do Novo Testamento mais misericordioso. Porém, será que o Deus do Antigo Testamento é diferente do Deus do Novo testamento?
Joaquim de Fiore divide a história em três períodos: 1) o período do pai, 2) o período do filho e 3) o período do Espírito Santo. Essa tentativa de dividir a história em períodos ou estágios não é apenas de Fiore. A teoria dos 3 estádios de Conte também é uma divisão da história em 3 períodos: 1) o estádio teológico, 2) o estádio metafísico e 3) o estádio positivo. Os hindus, por exemplo, chamam ao período actual da história da humanidade de Kali-Yuga. Os cristãos chamam-no de Apocalipse e assim por diante. Ora, essas abordagens dão como pressuposto o conceito de progresso na história e, portanto, um pré-conhecimento do rumo da história e de qual é o seu final, de modo que existem teorias como a de Fukuyama de “o fim da história”, o que pressupõe que, agora estamos vivendo na pós-historia assim como houve uma pré-história.
A ideia da pré e da pós-história é uma das ideias mais cretinas que jamais existiu. Ora, se a história é narrativa de factos irrepetíveis porque factos repetíveis nos dariam a sociologia, logo, qualquer indivíduo que tenha dois neurónios sabe que quer na pré-história, quer na pós-história não há factos, não há acontecimentos e não há porque tanto um como outro nos remete para o plano da eternidade que é o fim das sucessões e entrada, portanto, no campo do tota simul.
Ora, quando falamos de Pai, Filho e Espírito Santo, estamos falando de um mesmo Ser divino manifestado em 3 pessoas. É a doutrina da trindade. São Tomás de Aquino diz que o Pai simboliza a vontade divina. O Filho simboliza a inteligência divina e o Espírito Santo simboliza o amor divino. Em todas as eras da história da humanidade, supondo que a história divide-se em eras, a vontade, a inteligência e o amor divino estiveram sempre presentes. O que aconteceu é que num período se manifestou mais um aspecto do seu Ser e menos dos outros aspectos.
Quando falamos da trindade, gosto muito de dar o exemplo de um homem que é pai, esposo, filho, trabalhador, amigo, patrão, etc. Certamente que esse homem quando está diante da sua esposa ele se comporta de uma certa maneira. Na presença dos filhos ele se comporta de outra maneira. Na presença do seu patrão, idem. Porém, ele não se tornou num outro homem. O mesmo se dá com Deus. A relação de Deus com Israel não é a mesma relação de Deus com os cristãos, de modo que ser judeu e ser cristão são coisas diferentes. Só por isso já dá para entender que Deus não se comportaria de igual modo para os israelitas e para os cristãos, contudo, isso não faz dele um Deus diferente.
Qualquer leitor atento da Bíblia sabe que a relação de Deus com Israel é uma relação de SENHOR e Servo. Podemos ler todo Antigo testamento e vamos ver que os profetas quando traziam a sua mensagem sempre diziam: “Assim diz o SENHOR”. Não obstante, Deus chama Israel de seu servo. Ora, a relação de Senhor e Servo requer temor da parte do servo e uma mão rígida do seu Senhor feudal. É por isso que dá a impressão de o Deus do Antigo Testamento ser muito severo. Ele estava apenas fazendo seu papel de SENHOR na sua relação com Israel e é por isso que se fala muito do temor do SENHOR no Antigo Testamento.
No Novo Testamento as coisas são diferentes porque a relação de Deus com os cristãos não é uma relação de senhor e servo mas sim uma relação de pai e filho. Cristo ensinou a orar “Pai Nosso que estás no céu”, ele não disse: “SENHOR Nosso que estás nos céus”. No Evangelho segundo S.João está escrito que “a todos quantos o (Jesus) receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. O próprio Jesus disse: “não mais vos chamarei servos mas amigos”. Paulo escrevendo aos romanos diz que “Deus não nos deu o espírito de escravidão para termos medo mas nos deu o Espírito de adopção de filhos por meio do qual exclamamos “Aba, Pai”.
Portanto, o Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo Testamento, o que muda é apenas a sua relação quer com Israel quer com os cristãos sejam eles judeus ou gentios. Os israelitas ao rejeitarem o Messias, ao rejeitarem a fé e quererem manter-se sob a lei de Moisés, estão, por outras palavras, dizendo que querem manter a sua relação de SENHOR e Servo com Deus e não querem sair dessa relação para a relação de Pai e Filho. É por isso que até hoje Deus trata Israel como seu servo ou seu escravo.

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