Ora, do ponto de vista anátomo-fisiológico, o pénis e a vagina são órgãos sexuais e portanto, pode haver relação sexual entre um homem e uma mulher, entre um homem e uma vaca, uma cadela, uma cabrita (sem querer ser apologeta do bestialismo). Mas, considerado desde a perspectiva anátomo-fisiológica, o cú, a boca não são órgãos sexuais, o que impugna in limine toda e qualquer hipótese de haver uma relação sexual entre um pénis e um cú ou entre um pénis e uma boca, pelo simples facto de que não pode haver relação sexual entre uma coisa que é sexo e uma outra que não é sexo. Portanto, o que chamamos de sexo anal, sexo oral, etc., não passa de figura de linguagem e não corresponde a um conceito rigoroso, não obstante não se manter de pé no confronto com a realidade.
POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com
Eric Voeglin disse que um dos elementos
caracterizadores da modernidade é a sua mentalidade ferozmente metonímica. De
facto, o hábito e o costume que se impregnou no mundo moderno de as pessoas
raciocinarem por meio de figuras de linguagem e não por meio de conceitos
rigorosos tem criado na modernidade uma atmosfera de histeria terrificante pelo
simples facto de que as pessoas, raciocinando dessa maneira pensam que estão
discutindo acerca de coisas quando, na verdade, estão discutindo apenas acerca
de palavras e nada mais. E, isso tornou-se uma espécie de segunda natureza
dessas pessoas, uma segunda realidade que está na origem do homem sem
qualidades que é o homem moderno conforme amplamente descrito pelo romancista
alemão Robert Musil no seu romance intitulado “o homem sem qualidade”.
Um desses vícios é o hábito e o costume que
se impregnou nos sexólogos e na massa em geral de chamar a penetração do pénis
na boca de sexo oral e daí deduzirem haver uma relação sexual oral; e o hábito
e o costume de chamar penetração do pénis no cú de sexo anal e daí deduzirem a
existência de uma relação sexual anal e assim por diante. Ora, isso daí pode se
qualquer coisa menos uma relação sexual.
O que é uma relação sexual? É uma relação
entre sexos, a saber, um sexo masculino e outro sexo feminino e ou vice-versa. O mesmo se pode dizer de uma
relação humana que é uma relação entre seres humanos. Nenhum ser humano pode
ter uma relação humana com uma mesa, com um carro, com o sol, com uma árvore e
assim por diante. Ora, do ponto de vista anátomo-fisiológico, o pénis e a
vagina são órgãos sexuais e portanto, pode haver relação sexual entre um homem
e uma mulher, pode haver relação sexual entre um homem e uma vaca, uma cadela,
uma cabrita, etc., ou entre uma mulher e um cão, etc. Mas, considerado desde a
perspectiva anátomo-fisiológica, o cú, a boca e qualquer outro orifício
diferente do vaginal não é um órgão sexual, o que impugna in limine toda e qualquer hipótese de haver uma relação sexual
entre um pénis e um cú ou entre um pénis e uma boca, pelo simples facto de que
não pode haver relação sexual entre uma coisa que é sexo e uma outra que não é
sexo. Portanto, o que chamam de sexo anal, sexo oral, etc., não passa de figura
de linguagem e não corresponde a um conceito rigoroso porque tem contradição
lógica interna, não obstante não se manter de pé um segundo se quer no
confronto com os factos da realidade.
***
Se fazer penetrar o pénis no cú ou na boca é
estabelecer uma relação sexual, isso devia ser válido não somente para o cú e a
boca mas para qualquer outro orifício, como o nariz, ou seja devia haver sexo
nasal, ou penetrar o pénis no ouvido e logo, devia haver sexo otorinal, assim
como existe o sexo punhal, a famosa punheta que vem de punhal por causa do
orifício criado pela mão em punho. Na verdade o que chamam de sexo anal e sexo
oral são apenas outras formas de designar a masturbação, ou seja, em essência,
não há nenhuma diferença substancial entre o que se chama de sexo oral, sexo
anal e a masturbação, a única diferença, aí, é meramente acidental, ou seja,
num caso é o cú, noutro a boca e noutro a mão.
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