Já dizia F.A.Hayek que uma economia socialista só é possível
para comunidades muito pequenas, países muito pequenos, com pouca população.
Mas quando você tenta fazer o mesmo num país com algumas dezenas e até centenas
de milhões de habitantes, você está naquilo que Hayek chamou de “o
caminho da servidão”. Então, a pretensão de controlar a economia conduz ao totalitarismo,
acima de qualquer possibilidade de dúvida.
Os economistas
keynesianos usam o exemplo, ou apontam os casos da Finlândia, da Suécia, da Suíça
para justificar a eficácia do modelo económico keynesiano. Mas esses exemplos,
mesmo por estatística não são representativos para você fazer um estudo sério
sem correr o risco de gerar ou chegar a conclusões totalmente enviesadas.
Ok! Esses países têm
experimentado uma forte intervenção do estado na economia e tem prosperado. Mas
os que advogam o modelo keynesiano de economia se esquecem ou ignoram
consciente ou inconscientemente a experiência de mais de cem países africanos
que, também, aplicam o modelo keynesiano na sua economia e que, no entanto,
vivem numa miséria franciscana. Eles ignoram a experiência dos países da
América latina e da Ásia que também estão sob o keynesianismo e, não obstante
isso, vivem numa condição económica absolutamente abjeta, desumana.
Agora, você quer mais intervencionismo
governamental na economia do que temos em Cuba, da Coréia do norte e em todo o
país miserável? Você quer mais retaguarda histórica para justificar o
keynesianismo do que a experiência da URSS de Stalin e da China de Mao Tse
Tung? No entanto, os keynesianos pegam na Suécia, Finlândia, etc., e dizem:
“aqui está a prova de que o keynesianismo funciona... de que o keynesianismo é
melhor que o liberalismo clássico”. Ora, chamar a esses fulanos de charlatães
chega a ser um eufemismo.
Se o mundo não tivesse
tido o tanto de experiência absolutamente desatrosa com o keynesianismo como
aconteceu, por exemplo, na década de 70, quando em 1973 se dá a crise petróleo,
quando todos os países do mundo se tornaram keynesianos e chegaram a
estagflação, i.e., estagnação económica com inflação ou vice-versa, poderia desculpar-se a coisa sob o pretexto de ignorância.
Mas diante de toda retaguarda histórica em nosso poder continuar a defender o
keynesianismo que é, por natureza, indefensável, é, no mínimo, histeria
auto-hipnótica.
Veja, os EUA sempre
foram conhecidos como a terra da liberdade desde antes de Obama ascender ao
poder e começar o processo de desmantelamento da América. Mas nesse mesmo
momento em que os EUA eram conhecidos como a terra da liberdade, eles eram a
nação com maior liberdade económica do mundo.
Analisando a obra de Adam
Smith, “a riqueza das nações”, eu cheguei a conclusão de que quando Smith fala
de natureza da riqueza das nações, natureza no singular e tenho fortes razões
para arriscar-me a dizer que essa natureza só pode ser uma, a saber, a
liberdade. E isso é muito facil de conluir, sobretudo, se voce levar em conta
que smith era um liberal, no sentido clássico do termo (ver teoria dos sentimentos morais e riqueza das nações).
Veja, Hegel, já, dizia
que a essência de uma coisa é aquilo em que essa coisa se torna. E sendo a natureza
aquilo que uma coisa é conforme a sua essência, sucede que a natureza da
riqueza das nações só pode ser aquilo em que a riqueza se torna. E a riqueza só
pode tornar-se numa única coisa, i.e., liberdade.
Friedrich August Hayek
diz que a liberdade económica é a chave para as demais liberdades. Por outras
palavras, ele acreditava que não poderia haver liberdade política, religiosa,
de expressão, etc., sem liberdade económica, primeiro. Ora, isso é um pouco
como o que Marx dizia na sua teoria de infra-estrutura e superestrutura quando
ele dizia que, em última instância, a infra-estrutura económica ou seja, a base
material da sociedade iria determinar a superestrutura ideológica da mesma. É
claro que filósofos como Benedetto Croce e Olavo de Carvalho têm uma visão
diferente das coisas, ou seja, ao invés da infra-estrutura determinar a
superestrutura, o que acontece é o contrário.
F. A. Hayek define
liberdade como ausência de coação. Agora, para você poder coagir, você tem que
ter meios de coação. No final das contas você tem que ter poder que é, como diz
o filósofo Olavo de Carvalho, a possibilidade concreta de acção. Ou seja, a
possibilidade de você determinar sua própria acção e mormente a acção alheia.
Ninguém negou que a
economia socialista não funciona. Ela funciona. Mas em que condições ela
funciona e em que condições ela não funciona? Veja que a economia socialista é,
na verdade, ou tem por detrás de si uma ambição de controlo absolutamente
formidável. Então, esse tipo de economia é, por definição, uma ideologia totalitária.
Agora, para você
implantar uma ideologia totalitária, você tem que ter um volume de informação
que somente um estado policial pode ter como, por exemplo, tinha a URSS. Tinha
e ainda tem. Veja, as pessoas pensam que a URSS era o partido comunista. Muito
pelo contrário, a URSS era a KGB. Olavo diz que “a KGB é a maior organização de
qualquer tipo que alguma vez já existiu”. Veja, a única mudança que se fez na
KGB consistiu apenas numa mudança de nome de KGB para FSB. Uma vez Putin disse
que não existe isso de ex-KGB. E ele mesmo foi um alto funcionário da KGB. O
patriarca de Moscovo, o Kiril, também é um KGB. Alexander Dugin, que é o próprio
cérebro de Putin, é filho de um alto oficial da KGB.
Mas, ainda assim com
todo esse controlo, a URSS tinha a economia mais anárquica do mundo. Eles davam
ao mundo a impressão de que eles controlavam tudo, mas nunca houve um lugar no
mundo onde o governo ignorasse tanto o que se passava na sua economia como na
URSS. Agora, eles falam mal de Boris Helsing. Ora, Helsing salvou a economia
soviética e muitos tipos lá da nomenclatura soviética ficaram milionários da
noite para o dia porque se tornaram os donos das empresas que foram
privatizadas as quais eles compraram com dinheiro roubado aos cofres do estado
e nunca ninguém reclamou de nada.
Na verdade, está mais
do que arqui-provado que o governo pode controlar tudo. Pode controlar até
mesmo o corpo e a alma dos homens. Mas há uma coisa que o governo não consegue
controlar e essa coisa chama-se economia. Sempre que o governo tenta controlar
a economia, ela entra em crise. Talvez seja por isso que Alfred Sauvey apelidou
a economia de economia do diabo.
E a palavra crise é
muito interessante. Veja, ela vem do grego “krisis” que significa juízo. Ora,
se cai esse julgamento ou esse juízo sobre a economia é porque a economia não está
obedecendo a determinadas leis. Que leis? Leis do mercado, evidentemente.
Qual é o problema com
as crises? O problema com as crises é que elas só significam uma coisa. Elas
significam que o governo “pisou na bola”.
Veja, a Finlândia só
tem 5 milhões de habitantes. Agora, isso é população de uma cidade em alguns
países africanos, asiáticos... você olha para uns EUA com 500 milhões de
habitantes. A china com cerca de 2 bilhões de habitantes e aí, você vê, logo a
partida que, qualquer tentativa de planificar o funcionamento da economia
fracassa por definição e não somente o controlo da economia mas também o da
própria sociedade sem violar as liberdades fundamentais, o que é impossível,
acabando toda tentativa de controlo da sociedade desembocando no autoritarismo
do estado ou no totalitarismo do partido-estado, o novo príncipe de Gramsci.
Num país como a Finlândia,
dado o tamanho da sua população, é muito fácil o governo ter informação sobre todo
mundo sem a necessidade de implantar um estado policial. Já dizia F.A.Hayek que
uma economia socialista só é possível para comunidades muito pequenas, países
muito pequenos, com pouca população. Mas quando você tenta fazer o mesmo num
país com algumas dezenas e até centenas de milhões de habitantes, você está
naquilo que Hayek chamou de “o caminho da servidão”. Então, a pretensão de controlar
a economia conduz ao totalitarismo, sem qualquer sombra de dúvida.
ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA| shathreksousa@gmail.com
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