quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Críticas ao keynesianismo (1)

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Já dizia F.A.Hayek que uma economia socialista só é possível para comunidades muito pequenas, países muito pequenos, com pouca população. Mas quando você tenta fazer o mesmo num país com algumas dezenas e até centenas de milhões de habitantes, você está naquilo que Hayek chamou de “o caminho da servidão”. Então, a pretensão de controlar a economia conduz ao totalitarismo, acima de qualquer possibilidade de dúvida.

Os economistas keynesianos usam o exemplo, ou apontam os casos da Finlândia, da Suécia, da Suíça para justificar a eficácia do modelo económico keynesiano. Mas esses exemplos, mesmo por estatística não são representativos para você fazer um estudo sério sem correr o risco de gerar ou chegar a conclusões totalmente enviesadas.

Ok! Esses países têm experimentado uma forte intervenção do estado na economia e tem prosperado. Mas os que advogam o modelo keynesiano de economia se esquecem ou ignoram consciente ou inconscientemente a experiência de mais de cem países africanos que, também, aplicam o modelo keynesiano na sua economia e que, no entanto, vivem numa miséria franciscana. Eles ignoram a experiência dos países da América latina e da Ásia que também estão sob o keynesianismo e, não obstante isso, vivem numa condição económica absolutamente abjeta, desumana.

Agora, você quer mais intervencionismo governamental na economia do que temos em Cuba, da Coréia do norte e em todo o país miserável? Você quer mais retaguarda histórica para justificar o keynesianismo do que a experiência da URSS de Stalin e da China de Mao Tse Tung? No entanto, os keynesianos pegam na Suécia, Finlândia, etc., e dizem: “aqui está a prova de que o keynesianismo funciona... de que o keynesianismo é melhor que o liberalismo clássico”. Ora, chamar a esses fulanos de charlatães chega a ser um eufemismo.

Se o mundo não tivesse tido o tanto de experiência absolutamente desatrosa com o keynesianismo como aconteceu, por exemplo, na década de 70, quando em 1973 se dá a crise petróleo, quando todos os países do mundo se tornaram keynesianos e chegaram a estagflação, i.e., estagnação económica com inflação ou vice-versa, poderia desculpar-se a coisa sob o pretexto de ignorância. Mas diante de toda retaguarda histórica em nosso poder continuar a defender o keynesianismo que é, por natureza, indefensável, é, no mínimo, histeria auto-hipnótica.

Veja, os EUA sempre foram conhecidos como a terra da liberdade desde antes de Obama ascender ao poder e começar o processo de desmantelamento da América. Mas nesse mesmo momento em que os EUA eram conhecidos como a terra da liberdade, eles eram a nação com maior liberdade económica do mundo.

Analisando a obra de Adam Smith, “a riqueza das nações”, eu cheguei a conclusão de que quando Smith fala de natureza da riqueza das nações, natureza no singular e tenho fortes razões para arriscar-me a dizer que essa natureza só pode ser uma, a saber, a liberdade. E isso é muito facil de conluir, sobretudo, se voce levar em conta que smith era um liberal, no sentido clássico do termo (ver teoria dos sentimentos morais e riqueza das nações).

Veja, Hegel, já, dizia que a essência de uma coisa é aquilo em que essa coisa se torna. E sendo a natureza aquilo que uma coisa é conforme a sua essência, sucede que a natureza da riqueza das nações só pode ser aquilo em que a riqueza se torna. E a riqueza só pode tornar-se numa única coisa, i.e., liberdade.

Friedrich August Hayek diz que a liberdade económica é a chave para as demais liberdades. Por outras palavras, ele acreditava que não poderia haver liberdade política, religiosa, de expressão, etc., sem liberdade económica, primeiro. Ora, isso é um pouco como o que Marx dizia na sua teoria de infra-estrutura e superestrutura quando ele dizia que, em última instância, a infra-estrutura económica ou seja, a base material da sociedade iria determinar a superestrutura ideológica da mesma. É claro que filósofos como Benedetto Croce e Olavo de Carvalho têm uma visão diferente das coisas, ou seja, ao invés da infra-estrutura determinar a superestrutura, o que acontece é o contrário.

F. A. Hayek define liberdade como ausência de coação. Agora, para você poder coagir, você tem que ter meios de coação. No final das contas você tem que ter poder que é, como diz o filósofo Olavo de Carvalho, a possibilidade concreta de acção. Ou seja, a possibilidade de você determinar sua própria acção e mormente a acção alheia.

Ninguém negou que a economia socialista não funciona. Ela funciona. Mas em que condições ela funciona e em que condições ela não funciona? Veja que a economia socialista é, na verdade, ou tem por detrás de si uma ambição de controlo absolutamente formidável. Então, esse tipo de economia é, por definição, uma ideologia totalitária.

Agora, para você implantar uma ideologia totalitária, você tem que ter um volume de informação que somente um estado policial pode ter como, por exemplo, tinha a URSS. Tinha e ainda tem. Veja, as pessoas pensam que a URSS era o partido comunista. Muito pelo contrário, a URSS era a KGB. Olavo diz que “a KGB é a maior organização de qualquer tipo que alguma vez já existiu”. Veja, a única mudança que se fez na KGB consistiu apenas numa mudança de nome de KGB para FSB. Uma vez Putin disse que não existe isso de ex-KGB. E ele mesmo foi um alto funcionário da KGB. O patriarca de Moscovo, o Kiril, também é um KGB. Alexander Dugin, que é o próprio cérebro de Putin, é filho de um alto oficial da KGB.  

Mas, ainda assim com todo esse controlo, a URSS tinha a economia mais anárquica do mundo. Eles davam ao mundo a impressão de que eles controlavam tudo, mas nunca houve um lugar no mundo onde o governo ignorasse tanto o que se passava na sua economia como na URSS. Agora, eles falam mal de Boris Helsing. Ora, Helsing salvou a economia soviética e muitos tipos lá da nomenclatura soviética ficaram milionários da noite para o dia porque se tornaram os donos das empresas que foram privatizadas as quais eles compraram com dinheiro roubado aos cofres do estado e nunca ninguém reclamou de nada.

Na verdade, está mais do que arqui-provado que o governo pode controlar tudo. Pode controlar até mesmo o corpo e a alma dos homens. Mas há uma coisa que o governo não consegue controlar e essa coisa chama-se economia. Sempre que o governo tenta controlar a economia, ela entra em crise. Talvez seja por isso que Alfred Sauvey apelidou a economia de economia do diabo.

E a palavra crise é muito interessante. Veja, ela vem do grego “krisis” que significa juízo. Ora, se cai esse julgamento ou esse juízo sobre a economia é porque a economia não está obedecendo a determinadas leis. Que leis? Leis do mercado, evidentemente.

Qual é o problema com as crises? O problema com as crises é que elas só significam uma coisa. Elas significam que o governo “pisou na bola”.

Veja, a Finlândia só tem 5 milhões de habitantes. Agora, isso é população de uma cidade em alguns países africanos, asiáticos... você olha para uns EUA com 500 milhões de habitantes. A china com cerca de 2 bilhões de habitantes e aí, você vê, logo a partida que, qualquer tentativa de planificar o funcionamento da economia fracassa por definição e não somente o controlo da economia mas também o da própria sociedade sem violar as liberdades fundamentais, o que é impossível, acabando toda tentativa de controlo da sociedade desembocando no autoritarismo do estado ou no totalitarismo do partido-estado, o novo príncipe de Gramsci.

Num país como a Finlândia, dado o tamanho da sua população, é muito fácil o governo ter informação sobre todo mundo sem a necessidade de implantar um estado policial. Já dizia F.A.Hayek que uma economia socialista só é possível para comunidades muito pequenas, países muito pequenos, com pouca população. Mas quando você tenta fazer o mesmo num país com algumas dezenas e até centenas de milhões de habitantes, você está naquilo que Hayek chamou de “o caminho da servidão”. Então, a pretensão de controlar a economia conduz ao totalitarismo, sem qualquer sombra de dúvida.

ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA| shathreksousa@gmail.com

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