sábado, 26 de novembro de 2016

Onde foi parar a cultura superior moçambicana?

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Mesmo quando o moçambicano vai a universidade, não é conhecimento o que ele busca, é o diploma, mas não o diploma pelo diploma, mas sim, o diploma pela mágica do canudo em recompensar com um salário faustoso o exército de buraldos que sob a pontifícia benção reitoral sai todos os anos das universidades se achando no divino direito de reclamar para si uma posição social melhor que a dos seus confrades, sem que para isso tenham que dar mostras de sua competência, se é que têm alguma.

Eu quero começar este artigo dizendo que o moçambicano odeia o conhecimento mais do que tudo. Como é que eu sei disso? É simples: “pelos frutos conhecereis a árvore”(sic). E esse critério não falha. O que é critério? Critério é uma pedra que os gregos usavam para bater nos metais para poderem saber se era ouro ou uma outra coisa e eu posso garantir que mesmo que fosse ouro, o moçambicano iria jogá-lo fora porque o ouro, como qualquer convicção tem que ser provado e o moçambicano não gosta de ser submetido a prova que ele trata logo de subornar o provador, ou então fica todo ofendido e se esconde por detrás do argumentum autorictactis que emerge sob várias formas, desde a posse de um diploma universitário, status quo, etc., como se essas coisas substituíssem o cérebro que ele têm. Quer dizer, tornou-se normal neste país confundir-se conta bancária com Q.I. Porque um indivíduo  têm alguns milhões na conta, já acha que pode opinar a respeito de tudo, sem que para isso tenha o devido preparo intelectual. Quer dizer, é a intelectualidade da máfia o que impera neste país. É por isso que a possibilidade de um diálogo intelectual sério por estas bandas é por definição e por demonstração apodítica impossível. I-m-p-o-s-s-í-v-e-l com uma certeza matemática.


               Mesmo quando o moçambicano vai a universidade, não é conhecimento o que ele busca, é o diploma, mas não o diploma pelo diploma, mas sim, o diploma pela mágica do canudo em recompensar com um salário faustoso o exército de buraldos que sob a pontifícia benção reitoral sai todos os anos das universidades se achando no divino direito de reclamar para si uma posição social melhor que a dos seus confrades, sem que para isso tenham que dar mostras de sua competência, se é que têm alguma. Por isso, quando você ouve e vê o que um estudante moçambicano que está na universidade fala e escreve, você percebe que cerca de 90% deles são semianalfabetos. Não importa quanta habilidade matemática um indivíduo possa ter; ele pode conhecer de cabo-a-rabo todo manual básico de medicina, economia, física e tutti quanti, mas se ele não sabe articular a gramática da língua oficial que, neste caso, é a língua portuguesa, essa persona non grata é uma analfabeta de pai e mãe. É comum você ouvir os estudantes universitários, não de qualquer universidade, mas da Universidade Eduardo Mondlane, usarem expressões como as que passo a citar: “nós estomos bem”; “vamos se falar”; “você fizeste muito bem” e outras absurdidades inomináveis, que de tão ominosas que elas são, até dizê-las é torpe e como uma desgraça não vem só, a linguagem vulgar, aquela de mais baixo nível, obscena, a linguagem própria para se falar com cobras e lagartos tomou de assalto as universidades moçambicanas.

               Ora, como é que se espera que num país desses, onde a classe falante e pensante, não domina o trivium, isto é, as três artes do pensamento, nomeadamente: a gramática, a lógica e a retórica consiga dar algum contributo que mereça alguma atenção para a ciência, desporto, política, etc., etc.? É impossível. Então, como resultado disso, criou-se e grudou-se como carrapato neste país, a cultura da subcultura, uma cultura subdesenvolvida. O que é uma cultura subdesenvolvida? Já dizia o filósofo Olavo de Carvalho que uma cultura subdesenvolvida é aquela que vive de importação. Veja, não existe um puto de uma teoria que se quer tenha sido inventada ou criada por um moçambicano, ou seja, o contributo deste país para a cultura teológica, filosófica e científica universal é nula.

               Então veja, quando Herbert Spencer disse que o “homem veio do macaco”, ele se enganou redondamente. Quem veio do macaco é o moçambicano. Que o nível de inteligência do moçambicano está caindo, isso não pode ser desmentido, o moçambicano está ficando a cada dia, cada vez mais burro. Isso não é uma hipérbole monstruosa porque você não vai comparar o coeficiente de inteligência dessa nova geração, com o das gerações que a precederam e cujas condições para a aquisição do conhecimento eram de longe muito piores do que as que temos hoje. E o mais assombroso é que ninguém faz nada. Porquê? Porque ninguém está compreendendo absolutamente nada do que está se passando. Mas é nossa obrigação moral compreender o que está acontecendo, caso contrário, a possibilidade de uma acção eficaz tendente a mudar esse estado de coisas será, in limine, impossível. Já dizia José Ortega y Gasset: “eu sou eu e a minha circunstância”. Agora, qual é a primeira atitude que temos que ter diante da nossa circunstância? A primeira atitude é sempre uma atitude filosófica, ou seja, procurar compreender a circunstância em torno, caso contrário, a luta pela reposição de alguma sanidade moral e intelectual neste país, se há alguma, está logo a partida fadada a ser, parafraseando Olavo de Carvalho, uma imbecilização colectiva de todas as mentes.

ESCRITO POR | XADREQUE SOUSA | shathreksousa@gmail.com

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