Mesmo quando o moçambicano vai a universidade, não é conhecimento o que
ele busca, é o diploma, mas não o diploma pelo diploma, mas sim, o diploma pela
mágica do canudo em recompensar com um salário faustoso o exército de buraldos que
sob a pontifícia benção reitoral sai todos os anos das universidades se achando
no divino direito de reclamar para si uma posição social melhor que a dos seus
confrades, sem que para isso tenham que dar mostras de sua competência, se é
que têm alguma.
Eu quero começar este artigo
dizendo que o moçambicano odeia o conhecimento mais do que tudo. Como é que eu
sei disso? É simples: “pelos frutos conhecereis a árvore”(sic). E esse
critério não falha. O que é critério? Critério é uma pedra que os gregos usavam
para bater nos metais para poderem saber se era ouro ou uma outra coisa e eu
posso garantir que mesmo que fosse ouro, o moçambicano iria jogá-lo fora porque
o ouro, como qualquer convicção tem que ser provado e o moçambicano não gosta
de ser submetido a prova que ele trata logo de subornar o provador, ou então fica
todo ofendido e se esconde por detrás do argumentum
autorictactis que emerge sob várias formas, desde a posse de um diploma
universitário, status quo, etc., como
se essas coisas substituíssem o cérebro que ele têm. Quer dizer, tornou-se
normal neste país confundir-se conta bancária com Q.I. Porque um indivíduo têm alguns milhões na conta, já acha que pode
opinar a respeito de tudo, sem que para isso tenha o devido preparo
intelectual. Quer dizer, é a intelectualidade da máfia o que impera neste país.
É por isso que a possibilidade de um diálogo intelectual sério por estas bandas
é por definição e por demonstração apodítica impossível. I-m-p-o-s-s-í-v-e-l com
uma certeza matemática.
Mesmo
quando o moçambicano vai a universidade, não é conhecimento o que ele busca, é
o diploma, mas não o diploma pelo diploma, mas sim, o diploma pela mágica do
canudo em recompensar com um salário faustoso o exército de buraldos que sob a pontifícia
benção reitoral sai todos os anos das universidades se achando no divino
direito de reclamar para si uma posição social melhor que a dos seus confrades,
sem que para isso tenham que dar mostras de sua competência, se é que têm
alguma. Por isso, quando você ouve e vê o que um estudante moçambicano que está
na universidade fala e escreve, você percebe que cerca de 90% deles são semianalfabetos.
Não importa quanta habilidade matemática um indivíduo possa ter; ele pode
conhecer de cabo-a-rabo todo manual básico de medicina, economia, física e tutti quanti, mas se ele não sabe
articular a gramática da língua oficial que, neste caso, é a língua portuguesa,
essa persona non grata é uma analfabeta
de pai e mãe. É comum você ouvir os estudantes universitários, não de qualquer
universidade, mas da Universidade Eduardo Mondlane, usarem expressões como as
que passo a citar: “nós estomos bem”; “vamos se falar”; “você fizeste muito
bem” e outras absurdidades inomináveis, que de tão ominosas que elas são, até
dizê-las é torpe e como uma desgraça não vem só, a linguagem vulgar, aquela de
mais baixo nível, obscena, a linguagem própria para se falar com cobras e
lagartos tomou de assalto as universidades moçambicanas.
Ora,
como é que se espera que num país desses, onde a classe falante e pensante, não
domina o trivium, isto é, as três
artes do pensamento, nomeadamente: a gramática, a lógica e a retórica consiga
dar algum contributo que mereça alguma atenção para a ciência, desporto, política,
etc., etc.? É impossível. Então, como resultado disso, criou-se e grudou-se
como carrapato neste país, a cultura da subcultura, uma cultura
subdesenvolvida. O que é uma cultura subdesenvolvida? Já dizia o filósofo Olavo
de Carvalho que uma cultura subdesenvolvida é aquela que vive de importação.
Veja, não existe um puto de uma teoria que se quer tenha sido inventada ou
criada por um moçambicano, ou seja, o contributo deste país para a cultura
teológica, filosófica e científica universal é nula.
Então
veja, quando Herbert Spencer disse que o “homem veio do macaco”, ele se enganou
redondamente. Quem veio do macaco é o moçambicano. Que o nível de inteligência
do moçambicano está caindo, isso não pode ser desmentido, o moçambicano está
ficando a cada dia, cada vez mais burro. Isso não é uma hipérbole monstruosa
porque você não vai comparar o coeficiente de inteligência dessa nova geração,
com o das gerações que a precederam e cujas condições para a aquisição do
conhecimento eram de longe muito piores do que as que temos hoje. E o mais
assombroso é que ninguém faz nada. Porquê? Porque ninguém está compreendendo
absolutamente nada do que está se passando. Mas é nossa obrigação moral
compreender o que está acontecendo, caso contrário, a possibilidade de uma
acção eficaz tendente a mudar esse estado de coisas será, in limine, impossível. Já dizia José Ortega y Gasset: “eu sou eu e
a minha circunstância”. Agora, qual é a primeira atitude que temos que ter
diante da nossa circunstância? A primeira atitude é sempre uma atitude
filosófica, ou seja, procurar compreender a circunstância em torno, caso
contrário, a luta pela reposição de alguma sanidade moral e intelectual neste
país, se há alguma, está logo a partida fadada a ser, parafraseando Olavo de
Carvalho, uma imbecilização colectiva de todas as mentes.
ESCRITO POR | XADREQUE SOUSA | shathreksousa@gmail.com
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