Quanto mais nos aprofundamos na análise dos motivos
que fundam esse ódio antiamericano mais vamos nos compenetrando de que ele
resulta da má colocação do problema.
A única ideologia na história da humanidade que
encobriu um esquema de poder totalitário é o comunismo. A haver um poder
totalitário no mundo ele somente pode provir dos países, das organizações e das
pessoas que endossam a ideologia comunista.
É um privilégio bastante raro encontrar alguém que não
odeia os EUA mesmo que tente camuflar esse ódio que está bastante imantado nas
suas palavras e emoções e que nunca deixa de aflorar no semblante do indivíduo
no mesmo instante em que ele mesmo, acusando os EUA de mil e um
crimes que não pode provar diz que não nutre ódio nenhum e
que está falando em nome de puro idealismo.
Tenho ouvido de amigos e conhecidos que vivemos num mundo unipolar
cujo centro são os EUA que, por sua vez querem dominar o mundo e que todos os
males que acontecem no universo têm nos EUA seu único e exclusivo culpado.
Confundir os EUA
com o globalismo é tão caricato quanto confundir o comunismo com a URSS. E, por
fazer essa confusão, esses pseudo analistas da política internacional acreditam
mesmo que como a URSS chegou ao fim, o comunismo também chegou ao fim,
escamoteando o facto histriónico de que o comunismo é anterior a URSS e que já
estava no mundo havia seis décadas antes da fundação da URSS e que o comunismo
sobreviveu a queda da URSS como Jean François Revel muito bem documenta no seu
livro intitulado “la grande parade” o que corrobora o que já havia sido
vaticinado por Anatoly Golintsy e outros dissidentes da KGB no ocidente e mais
recentemente o livro de Cliff Kincaid (“Back
from the death: the return of the evil empire.”). Por outras palavras,
dizer que o comunismo acabou porque a URSS acabou é raciocinar por meio de
figura de linguagem apenas, é raciocinar metonimicamente, tomando o instrumento
pelo agente e o agente pelo instrumento porque a URSS era apenas um instrumento
do comunismo e, se calhar o instrumento que melhor soube estar ao serviço do
comunismo mas não era o agente.
A ideia de um governo mundial é anterior a fundação dos
EUA. Você abre a bíblia e você já encontra aí a ideia de um governo mundial na
expressão “rei dos reis” aplicada a alguns monarcas como Nabucodonozor,
Artaxerexes, etc. De facto, esses reis dominaram o mundo conhecido do seu tempo
e vemos essa mesma tendência nos césares de roma e no papado. Na verdade, sendo
sumo pontífice ou pontifex maximus,
ninguém pode negar que o papado era uma espécie de rei dos reis. E vemos a
mesma coisa no islam e assim por diante.
Mas o plano de um governo mundial como nós o conhecemos
hoje começa com J. A. Commenius e mais tarde, no século XIX temos o magnata Cecil Rodhes, o fundador das
rodésias com o mesmo plano de governo mundial.
O que significa dominar o mundo? Significa ter uma base
aqui e acolá como tem os EUA? Claro que não. Porquê? Porque outros países como
a Rússia também tem bases militares em alguns países o que deita por terra a
hipótese de que ter bases militares em outros países significa dominar o mundo.
Outra hipótese que tem sido construída para provar que os EUA dominam o mundo é
que os EUA intervém militarmente em muitos países. Ora, pode ser que os EUA
intervenham muito mas os outros também intervêm. Com efeito, nos lembramos da
intervenção Rússia no Afeganistão, na Geórgia, na Ucrânia. Vimos uma intervenção
militar maciça da China em África e mais recentemente no Tibete e assim por
diante, logo, intervenção militar também não prova que os EUA estão dominando o
mundo e que no mundo impera um pensamento e poder únicos que são os EUA. Outro
argumento é de natureza económica e diz que os EUA controlam o mundo porque a
economia mundial depende somente deles. Isso também não prova nada. Os EUA respondem,
sim sr., pela maior parcela da economia mundial mas eles não dominam toda
economia mundial como se pretende.
Quanto mais nos aprofundamos na análise dos motivos que
fundam esse ódio antiamericano mais vamos nos compenetrando de que ele resulta
da má colocação do problema e de uma incompreensão da questão que está sendo
discutida porque uma coisa é dizer que os EUA são o país que mais dominam o
mundo em todas as esferas política, económica, cultural, militar, etc., se bem
que isso carece de uma análise mais aprofundada sobre o grau de coerência lógica interna dessas premissas e de submete-las a uma confrontação com os factos da
realidade, mas ainda assim parece mais razoável partir delas do que partir das
premissas que dizem que os EUA são a única potência económica, política,
militar, etc., do mundo e que elas estão a dominar o mundo inteiro sozinhos.
Isso é rotundamente falso e explico-me.
Quando falamos que no mundo impera um poder unipolar cujo
centro está nos EUA, estamos logo a partida dizendo que de duas uma ou os EUA
não enfrentam nenhuma concorrência dos outros poderes (monarquia) ou os EUA
enfrentam alguma concorrência dos outros poderes (oligarquia).
Ora, se os EUA enfrentam alguma concorrência dos outros
poderes, logo a tese de que os EUA são um poder unipolar é pueril e deve ser rejeitada
in limine como errada. Se os EUA não
enfrentam concorrência dos outros poderes, logo os EUA seriam um poder unipolar
imperante no mundo com a nuance de que neste caso os EUA não são o que são,
i.e., uma democracia com liberdade económica fundadas na moral judaico-cristã
mas sim um comunismo enrustido. Não é preciso ser muito inteligente para ver
que as coisas são assim e que não podem ser de outro modo.
Dominar o mundo sozinho, ter um poder global unipolar é a
forma mais elevada do totalitarismo e a história da política universal bem como
os escritos de muitos estudiosos de política desde Aristóteles até Hannah
Arendt mostram que só há um e único totalitarismo o qual se chama comunismo
tanto é que nem mesmo o fascismo de Mussolini, de Franco, de Salazar, nem o
nazismo de Hitler podem ser chamados de totalitários conforme rigorosamente demonstrado
por Hannah Arendt porque diferentemente do comunismo que é o único movimento
político internacional, o nazi-facismo admitia algum grau de concorrência com
outros poderes. No comunismo não há isso. Só há o partido e ponto final. Quer
dizer, é o homem do pecado de que fala São Paulo, o apóstolo, que se levanta
contra todos e contra tudo que se chama Deus. Ora, nem o facismo fez isso
porque o facismo pelo menos aceitou a concorrência da igreja e da monarquia da Itália.
Os EUA, como pode-se ler nas declarações dos funding’s
father como John Adams e tutti quanti,
pode-se ler no livro de Tocqueville “a democracia na América”, etc.,
caracterizam-se pela sua democracia, liberdade e moral judaico-cristã. Ora,
todo mundo sabe que esses valores todos encarnados e defendidos pela nação
americana coexistem no mundo real com seus contrários no mundo todo.
Qualquer indivíduo que tenha estudado um pouco sobre
estratégia sabe que ela resume-se a duas coisas básicas: cooperação e
competição e como diziam os escolásticos: tertium
non datur (não há terceira alternativa). Coopera-se com quem é mais forte
ou mais fraco que nós e compete-se com quem é forte ou fraco como nós. Sabemos
da cooperação dos EUA com Israel, Coréia do Sul, Inglaterra, etc., o que revela
o desnível de força entre esses países mas não vemos nenhuma cooperação entre
os EUA e a URSS, ou entre os EUA e a China ou com a Coreia do Norte etc., o que
revela um relativo equilíbro de força entre esses países. Ora, se esses países
não estão cooperando estão o que é que eles andam para aí a fazer? É claro que
estão a competir e se estão a competir, pelo menos militarmente, logo, onde
está a unipolaridade de poder por parte dos EUA? Está na cabeça dos teóricos da
conspiração que julgam tudo pelos estereótipos da grande mídia e da intelligentzia universitária e do beautifull people pagos a peso de ouro pelos
inimigos dos EUA, sendo que muitos deles estão dentro dos próprios EUA como
vimos acontecer com Jane Fonda e uma lista enorme de idiotas úteis como diria Lénine.
Mas é nestas situações que a boutade
de Grouxo Marx é providencial em quebrar todos os galhos: “você vai acreditar
em mim ou nos seus próprios olhos?”.
Não nego que exista um grupo de pessoas que queiram
dominar o mundo inteiro, que queiram um poder unipolar, um pensamento único mas
garanto que isso não é os EUA. É só ler os sites
do CFR, Comissão Trilateral e acompanhar as actividades do grupo Buildeberg, os artigos e declarações do
prof. Dugin com seu eurasianismo, etc., para perceber o que está acontecendo
nos bastidores. Não digo que esses grupos têm poder global efectivo neste
momento. De modo algum. Pode ser que um dia eles o tenham mas neste momento
eles ainda não o têm porque como disse o filósofo Olavo de Carvalho que todo
projecto de poder dessa magnitude que esse pessoal ambiciona fracassa por
definição e ele dá exemplo de Júlio César, Genghis Khan, Napoleão, etc., que
juntamente com outros nomes mencionados no início deste artigo tentaram levar a
cabo um projecto de dominação global e fracassaram e ele diz que esses fulanos também vão fracassar.
Que esse pessoal é louco e perigoso, disso ninguém em sã consciência pode-se dar ao luxo de negar. Mas confundir isso com os EUA é o cúmulo da estupidez criminosa, daquela estupidez que dessensibiliza para o verdadeiro perigo e desperta para onde não há perigo nenhum. Esses fulanos é que querem dominar o mundo e para confundir os idiotas uteis acusam de globalismo o único pais que esta lutando contra o globalismo em meio a capitulação geral do mundo em torno. Quer dizer, é a velha estratégia de rotulação inversa de Lénine: "acuse-os do que fizemos e insulte-os do que somos". Na verdade, Lénine estava certo quando disse que eles, os comunistas mereciam ser enforcados numa corda suja.
Que esse pessoal é louco e perigoso, disso ninguém em sã consciência pode-se dar ao luxo de negar. Mas confundir isso com os EUA é o cúmulo da estupidez criminosa, daquela estupidez que dessensibiliza para o verdadeiro perigo e desperta para onde não há perigo nenhum. Esses fulanos é que querem dominar o mundo e para confundir os idiotas uteis acusam de globalismo o único pais que esta lutando contra o globalismo em meio a capitulação geral do mundo em torno. Quer dizer, é a velha estratégia de rotulação inversa de Lénine: "acuse-os do que fizemos e insulte-os do que somos". Na verdade, Lénine estava certo quando disse que eles, os comunistas mereciam ser enforcados numa corda suja.
Ps: Todo esquema de poder tem uma ideologia por detrás de
si que Marx definiu como sendo um vestido de ideias que encobre o esquema de
poder. A única ideologia na história da humanidade que encobriu um esquema de
poder totalitário é o comunismo. A haver um poder totalitário no mundo ele
somente pode provir dos países, das organizações e das pessoas que endossam a
ideologia comunista como a Russia, a China, a elite bancária ocidental e o
Islam porque o Islam, diferentemente do cristianismo, judaísmo só para citar as
religiões maiores é a única religião totalitária. A elite bancária ocidental
também rege-se por uma mentalidade totalitária porque ao quererem estrangular o
mecanismo de mercado, eliminar a concorrência e fazer monopólio financeiro,
também mostram que são totalitários. Portanto, se ao invés de se preocuparem
com o americanismo, as pessoas se preocupassem mais com o eurasianismo,
islamismo e com o fabianismo da elite bancária ocidental deixariam de gastar
suas munições em alvo errado e evitariam que o inimigo crescesse até atingir
proporções mefistofélicas como vemos hoje, malgrado ainda assim alguns
recusarem-se a enxergar o óbvio.
POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com
POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com
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