terça-feira, 29 de novembro de 2016

Quem diria? Até os tiranos morrem!

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Agosto 13, 1926 a noviembre 25, 2016
Enquanto os homens deixarem-se seduzir pela demagogia da fraqueza inventada pelos revolucionários em geral e que aparece sob diversos rótulos que mudam com a constância com que se muda de cuecas, tentando tirar proveito económico, político e social da sua raça, sexo, pobreza, etc., o mundo nunca se verá livro dos fantasmas do Fidel Castro, Stalin, Mao Tse Tung, Hitler, Pol-Pot e tutti quanti porque sexo, raça, pobreza quando transmutados em ideologia atendem pelo nome de autoritarismo e totalitarismo que são a encarnação virginal do complexo de inferioridade. 

Isaías 14:12-17Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)

12 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! 13 E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. 14 Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. 15 E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. 16 Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? 17 Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles?
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Quando um povo chora pela morte de um tirano mais do que pelos mortos que esse tirano assassinou, mas do que pela juventude que esse tirano corrompeu, mais do que pelos lares que esse tirano desfez, mais do que pela religião e pelos valores morais que esse tirano destruiu, estamos perante um sintoma de que um drama psicológico muito grave se apoderou da nação inteira fruto de uma lavagem cerebral de décadas que obsta que as palavras e as experiências directas da vida, i.e., os factos mesmos passem pelo filtro da inteligência indo, antes, directamente, sem nenhuma selectividade, parar no centro das emoções do ser humano, na sua alma mesmo sem que ele compreenda como essas coisas foram lá parar, e passando, não obstante a advogar em nome delas como se de causa suis se tratasse.

Isso acontece porque o discurso revolucionário, o discurso ideológico propriamente dito é uma amálgama de imagens estereotipadas que não propõe nenhuma ideia, nenhum pensamento mas apenas um conjunto de atitudes e de reacções absolutamente histéricas a simples menção de determinados símbolos e imagens como é o caso de um rico militante comunista que nunca passou fome na sua porca vida debulhar-se em lágrimas ante o recitar do mantra marxista da exploração do homem pelo homem ou uma feminista que estando no topo da nação como primeira-ministra ainda queixar-se de falta de igualdade de género. E isso não é apenas uma invencionice, pelo contrário, isso tem acontecido todos os dias.

O psicólogo Andrew Lobaczewski estava certíssimo quando disse, no “ponerologia, psicopatas no poder”, que quando os psicopatas ascendem ao poder eles reúnem ao redor de si uma massa de militantes histéricos. Mas a coisa não é somente isso. O que tenho verificado é que o discurso revolucionário ou ideológico tem em si a capacidade de modificar as reacções das pessoas e transformá-las em histéricas, quer dizer, transformá-las em indivíduos que não acreditam mais no que vêem mas no que o partido diz e, neste sentido, chega até a não ser correcto falar de indivíduos porque a histeria é um fenómeno colectivo e revolucionário desde a base.

Quando um cubano se debulha em lágrimas, sob alegação de que Fidel foi um grande homem num mesmo momento em que ele é um fugitivo de Havana, é claro que estamos diante de um histérico. Quando um historiador diz que o mundo vai sentir falta de Fidel no mesmo momento em que ele sabe que esse fulano foi responsável pelo fuzilamento de mais de 100 mil cubanos no El Páredon, estamos diante de um histérico. Quando um economista diz que com a morte de Fidel corre-se o risco de Cuba tornar-se capitalista e dar lugar a exploração do homem pelo homem, sabendo que Cuba na época do Baptista era a quarta economia da América Latina e que Fidel a transformou na vigésima quarta, é claro que é um histérico. Quando uma feminista diz que com a morte de Fidel as mulheres cubanas já não mais vão ter direitos iguais aos dos homens, sabendo que Fidel transformou as mulheres cubanas em prostitutas extra-oficiais que chegam até a mísera situação de abrir suas pernas em troca de um maço de cigarro, uma caixa de fósforo, um sandwich, é claro que é uma histérica. 

No fundo podemos ligar a discussão sobre a histeria com uma outra discussão que é sobre aquilo que o filósofo Olavo de Carvalho chama de “paralaxe cognitiva”. O indivíduo que padece de paralaxe ele não enxerga as coisas recuado desde a sua posição existencial ou seja, o eixo da descrição que ele dá dos factos se distancia do eixo da sua experiência real e ele nem se dá conta de que acabou mergulhando numa mentira existencial absolutamente formidável e ai ele se torna um histérico. Quer dizer, a paralaxe cognitiva conduz a uma conduta histérica em toda linha. 

Não creio que Cuba vá mudar um milímetro se quer com a morte do Fidel Castro. O mundo está cheiinho de exemplos que mostram que o comunismo não é reformável. Cuba, até, pode fazer sua perestróika mas será apenas para fazer um regime chinês conforme enunciado por Deng Xiao Ping: “um país, dois sistemas”, o que, de modo algum, significará uma reforma mas apenas a estratégia de Lénine de “recuar um passo, para dar dois” e ele foi o primeiro a inaugurar a farsa da perestróika com a introdução da NEP mas como mais tarde veio a provar-se, isso não significou nada mais do que aquilo que ele mesmo disse: “os empresários tecerão as cordas com as quais os enforcaremos”.

Só há uma maneira de vencer o comunismo que é colocando outra coisa no seu lugar, aliás, Nietzsche disse que nós somente superamos aquilo que nós substituímos e isso nunca vai acontecer em Cuba porque nunca aconteceu em lugar nenhum e o que nunca aconteceu não aconteceu.

Ninguém pode duvidar que o nazismo acabou. Porquê? Porque montou-se um tribunal em Nuremberg para julgar os nazistas e eles foram condenados a pena de morte. Isso nunca aconteceu em nenhum país que esteve sob o experimento comunista a despeito de terem morto muito mais pessoas que o nazismo. Só para se ter uma ideia, Hitler matou uns 20 milhões, enquanto Stalin matou 60 milhões e Mao Tse Tung outros 70 milhões em tempo de paz e tudo isso está bem documentado em “O livro negro do comunismo” de Stephen Courtois, um dissidente do comunismo. Portanto, dizer que o comunismo acabou, que os comunistas já não mais existem ou que um país comunista pode deixar de sê-lo simplesmente porque “sim” é, sem dúvida nenhuma, um conto da Carochinha para animar as criancinhas em noite de tempestade. 

***

Fidel, a semelhança de um Stalin, Mao Tse Tung, Pol-Pot, Hitler et caterva se foram deste mundo sem prestar contas dos seus actos insanos de mentiras sistematizadas, assassinatos (de corpo, alma e mente), roubos, estupros e assim por diante que eles impuseram a meio mundo em nome do seu delírio quixotesco de justiceiros da humanidade quando, na verdade, não passavam de agentes do demónio, verdadeiros lobos em pele de ovelha.

O mundo não os julgou, antes, porém, entre lágrimas e soluços, os ovacionou de pé como os maiores e melhores filhos da humanidade, fazendo erguer seus estandartes acima dos de homens da estatura de um Moisés, de um Sócrates e até mesmo do próprio Deus encarnado, Cristo Jesus. Porquê? Será por estupidez criminosa como diria Eric Voeglin ou por um acto falho freudiano? Será pelo simples deleite erótico sado-masoquista como escrevi no artigo “um regime sádico para um povo masoquista” de um povo que como uma mulher repetidas vezes violada começa a pensar que o estuprador a ama?

Porquê os vilões de ontem são os heróis de hoje? Porquê se cobre de honras, glórias e louvores a um pulha, a um bárbaro, a um sacripanta, a um insano de fazer inveja ao Dr. Mabuze de Fritz Langer ao invés de expô-lo a execração pública como um patife e embrulhão? 

Fidel nada deu nada aos cubanos, antes pelo contrário, deles tudo roubou tendo uma conta bancária de mais de dois bilhões de dólares na Suiça enquanto os tão celebrados médicos cubanos recebem uns míseros 50 dólares mensais. Fidel não construiu o tão profetizado paraíso comunista mas construiu, sim, um inferno ao alcance de todos onde medram e abundam prostitutas, assassinos, mendigos, drogados, quer dizer, o lumpen proletariat de que falava Marx para manter acesa a chama da eterna revolução. 

Donald Rumsfeld disse que “a fraqueza atrai a agressividade”. Fidel foi o que foi porque era um pobre coitado e o discurso revolucionário, o discurso ideológico no fundo se resume ao seguinte: “nós somos uns pobres coitados”. Quando os homossexuais exigem o direito de que sua conduta sexual seja aceite ao mesmo título que se aceita a conduta sexual hétero, eles somente estão dizendo uma coisa e esta é: “nós somos uns pobres coitados”. Quando as feministas exigem que as mulheres tenham igualdade de direito com os homens, elas somente estão dizendo: “nós somos umas pobres coitadas”. No fundo, toda tirania reflecte um profundo complexo de inferioridade que acomete a alma do tirano e a dos seus sequazes na mesma medida em que cauteriza suas consciências e cala todo senso das proporções que ainda lhes daria a condição de seres humanos.

Fidel foi agressivo para além das costuras porque os cubanos caíram na sua esparela revolucionária e comunista de que eles eram uns pobres coitados sob Fulgêncio Baptista e se prosternaram ante Fidel Castro e Guevara e estes, ao invés de, sentirem-se gratos, se foram enchendo cada vez de mais ódio contra os próprios cubanos a quem eles próprios prometeram liberdade. Aliás, já dizia Ion Mihai Pacepa: “quanto mais um indivíduo se prosterna ante um tirano mas este lhe odeia” e isso nunca foi desmentido pelos factos, de factum, aquilo que aconteceu ou que começa a acontecer.

Enquanto os homens deixarem-se seduzir pela demagogia da fraqueza inventada pelos revolucionários em geral e que aparece sob diversos rótulos que mudam com a constância com que se muda de cuecas, tentando tirar proveito económico, político e social da sua raça, sexo, pobreza, etc., o mundo nunca se verá livro dos fantasmas do Fidel Castro, Stalin, Mao Tse Tung, Hitler, Pol-Pot e tutti quanti porque sexo, raça, pobreza quando transmutados em ideologia atendem pelo nome de autoritarismo e totalitarismo que são a encarnação virginal do complexo de inferioridade. 

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Fidel morreu e se tornou num mito. Tendo tornando-se um símbolo e uma imagem, Fidel escapou a todo julgamento. Escapou? Não é bem assim. 

“Aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”. – São Paulo, o apóstolo.

A palavra juízo em grego é “krisis”. Ela alude a situação de um réu diante do juíz a espera de saber se é culpado ou não culpado, se será condenado ou absolvido. 

Desde que a alma humana é imortal conforme demonstrado racionalmente por Sócrates, Platão e Sto. Agostinho bem como pelas escrituras sagradas das diversas religiões, é caso para dizer: Fidel morreu, mas a sua alma está em “krisis” e isso em nada é contraditório e muito menos contrário a estrutura da realidade e a misericórdia divina até porque se os pecadores não fossem punidos post mortem como diz a Bíblia, qual seria o sentido da palavra misericórdia?

Ora, só há misericórdia onde há penalidade e toda essa turma de psicopatas que eu mencionei acima e outros tantos que não foram mencionados neste artigo escolheram, para si, voluntariamente as penas infernais como disse o Meister Eckhart quando lhe perguntaram o que estava queimando no fundo do inferno e, ele disse: “o que está queimando no fundo do inferno é o NÃO”. Quer dizer, aquela recusa profunda e definitiva do amor a Deus e, sendo Deus o fundamento mesmo da realidade como diz Aristóteles, sucede que o ódio a Deus significa ódio contra a própria estrutura da realidade e isso é puro gnosticismo. Aliás, todo discurso revolucionário e/ideológico é, por definição, gnosticismo ou como diz Eric Voeglin na “Nova Ciência da política” que “toda ideologia é uma revolta contra Deus e contra o homem". E, no final das contas, quem foi Fidel senão um pobre demiurgo mau dando urros de revolta contra Deus e contra o homem em meio ao seu delírio auto-hipnótico?

ESCRITO POR | XADREQUE SOUSA | shathreksousa@gmail.com

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