domingo, 12 de março de 2017

Do vício de culpar a sociedade

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O vício de culpar a sociedade pelos males que nós causamos uns aos outros ou a nós mesmos é o que eu chamo de síndrome de Adão e Eva. Segundo o psicólogo Andrewj Lobaczwsky, poneros, i.e., o mal tem 3 origens: caracteropatia, lesão no tecido cerebral e influência social. Ao tentar criar uma moral sem culpas, a filósofa entre aspas, Marilena Chaui, pretende espalhar uma corriola de psicopatas pelo mundo ao mesmo tempo que sacrifica a sociedade no panteão olímpico dos deuses esquerdistas (Che Guevara, Fidel Castro, Hitler, Stalin, Mao Dze Dong, Pol Pot et caterva)em cuja entrada lê-se o mantra sagrado enunciado por Teodoro Adorno: “toda tolerância para com a esquerda. Nenhuma tolerância para com a direita”(sic).

Desde a sentença de Rousseau de que “o homem nasce bom mas a sociedade o corrompe” (sic), os homens vêem colocando toda responsabilidade de actos criminosos de ordem individual sobre a colectividade social, sobre a sociedade. Todos nos lembramos que por ocasião da prisão do cantor Anaconda por ter abusado sexualmente da sua filha, a comentadora da TV MIRAMAR, a tal da Esther, disse alto e bom som que o pedófilo e incestuoso cantor não tinha culpa nenhuma e que a culpa era da sociedade. Esse mesmo tipo de comentários também ganharam vez quando a cantora Liloca foi cantar e dançar para as crianças mostrando suas partes púbicas. É a esse vício de imputar nossas responsabilidades nos outros que eu chamo de síndrome de Adão e Eva. Quer dizer, se alguém é um assassino, um ladrão, uma prostituta, um toxicodependente, etc., ele não tem culpa, o culpado é sempre a sociedade burguesa como se a sociedade fosse capaz de agir e não passasse de uma estrutura universal e abstracta composta por entes particulares e concretos e que estes últimos, SIM, podem agir porque têm unidade de intenção.

Criar uma moral sem culpa como é o sonho da filósofa entre aspas, professora da USP, Marilena Chaui, é, na verdade, uma apologia do poneros, i.e., do mal não apenas na sociedade civil mas também e principalmente na política. E nem é preciso dizer quem são essas pessoas que serão contempladas por essa dádiva beatífica de uma moral sem culpas. Certa vez a Marilena Chaui disse: “eu odeio a classe média”. Se ela odeia a classe média, ela odeia muito mais ainda os burgueses, i.e., os proprietários dos factores de produção de modo que a tal da sociedade sem culpa de Chaui é apenas uma concessão paternal ou antes maternal da filósofa entre aspas aos militantes da esquerda que tenham provado possuir a requerida quota de esquerdismo para tão excelso acto da graça beatífica chauiana. Isso não admira porque já dizia Teodoro Adorno: “toda tolerância para com a esquerda e nenhuma tolerância para com a direita’ (sic). Você já viu os revolucionários culparem-se mutuamente? De modo nenhum. A culpa é sempre dos reaccionários não importando se o indivíduo é esquerdista até a médula dos ossos como Trotsky e Karl Radek aos quais Stalin despachou para outra vida como a mesma facilidade de quem punha a descarga da sanita depois de uma cagadas daquelas. Por exemplo, quando Che Guevara fuzilava uns quantos reaccionários inermes e atados de pés e mãos (que valentia!), ele se debulhava em lágrimas, meditabundo: “porquê esses f.d.p me obrigam a fazer isso com eles”. Quer dizer, é a total inversão da relação gnosiológica sujeito-objecto que é um dos centros nevrálgicos da mentalidade revolucionária.

Se Chaui imagina que vai criar uma moral sem culpa é porque ela está muito é velha e caduca porque tudo que ela vai conseguir é espalhar um bando de psicopatas pelo mundo. O que é um psicopata? É o individuo que não tem sentimentos morais de culpa e compaixão. Se você é incapaz de sentir culpa, então, você é também incapaz de sentir compaixão. Já dizia Goethe que “quem não sabe desprezar também não sabe honrar” (sic).

O psicólogo polonês, Andrej Lobaczwescky, diz no seu livro “ponerologia, psicopatas no poder” que a psicopatia tem 3 causas que se seguem:

   1.   Caracteropatia (ex.: esquizoidia, paranóia, etc.)
   2.   Lesão no tecido cerebral
   3.   Influência social

Lobaczwsky diz que de todas essas 3 causas, por estatística, a mais importante ou a que mais frequentemente está associada a psicopatia é a caracteropatia, seguindo-se uma causa de ordem neurológica que é a lesão no tecido cerebral e por fim, a influência social como a derradeira das causas e a menos importante.

Lesão no tecido cerebral
No que tange a lesão no tecido cerebral, eu sinceramente tenho algumas reservas porque quando falamos de ponerologia estamos a falar do mal, “poneros” em grego é o mal e isso suscita um debate que já tem barbas brancas acerca da origem do mal. Ora, a lesão cerebral é um mal físico mas a psicopatia é um mal de ordem moral e não vejo como é que um mal de ordem física possa causar um mal de ordem moral. Pelo contrário, como disse Sto. Agostinho, o mal físico é que é causado pelo mal moral e não o contrário e essa relação funcional me parece bem especificada. Mas esse é um assunto que merece uma meditação mais ampla em um artigo mais específico tão logo se mostrar oportuno.

Caracteropatia
A caracteropatia nos remete para um problema de deficiência de carácter do indivíduo. O que é carácter? Podemos definir carácter como a forma pura da personalidade. Se há uma personalidade e sendo ela distinta de outras personalidades tem que haver, por conseguinte, traços de personalidade que são hábitos e costumes que distinguem uma pessoa da outra.

Nenhum de nós é um Robinson Crusóe perdido numa ilha. Todos nós nascemos numa comunidade com uma cultura sedimentada por camadas imensas de mitos que já vêm desde milénios. E nossa imaginação colectiva é moldada por esse sistema de valores fundados nesses mitos. Contudo, os ideais revolucionários estão no inconsciente de cada um de nós e podem aflorar ao consenciente a qualquer momento, tentando qualquer um de nós ao invés de se ater a mera compreensão da realidade arrogar-se ao delírio prometeico de transformar a estrutura da realidade como enunciado por Marx na sua 12a tese contra Feuerbach que faz a divisa entre intelectual tout court e intelectual orgânico ou activista.

 O delírio revolucionário muda totalmente os traços de personalidade do indivíduo pondo-o em choque com os hábitos e costumes da sua comunidade, enfim, com o sistema de valores estabelecidos, os quais moldam a imaginação colectiva daquela comunidade. Então, é aí que arrebatado por seu delírio gnóstico-revolucionário o indivíduo começa a dizer que o universo é mau e a humanidade é inviável e que, por conseguinte, ele deve ter as rédeas do poder político-militar, económico, religioso, etc., em suas mãos e que a partir daí vai dar aquele click gramsciano e tudo será mais belo. É daqui que surgem os Robin Hoods que roubam dos ricos para dar aos pobres e com a cara mais bisonha do mundo chamam a isso de justiça social ao mesmo tempo que gritam histericamente com Proudhon que “a propriedade privada é um roubo”. É claro, a propriedade dos outros, nunca a sua.

Influência social
Ninguém em sã consciência pode negar a dimensão sociológica da psicopatia que, na verdade, mais bem designada seria sociopatia. Contudo, responsabilizar histericamente a sociedade como se tem visto por aí pela psicopatia de uns quantos psicopatas que pululam na nossa sociedade como a principal causa desse mal é perder de vista o senso de hierarquia que, por etimologia, é um princípio sagrado, o que faz com que sua violação adquira o carácter profanatório de culto idolátrico e, longe de lidar eficazmente com o problema, isso só conduz ao seu agravamento.

A influência social para o despertar da sociopatia, a julgar não apenas pela própria experiência de Lobaczwsky mas de tantos outros, tem a ver com a submissão dos sociopatas ou dos candidatos a sociopatas a técnicas de manipulação. Postei recentemente neste blog um artigo intitulado “Técnicas de manipulação” em que eu falo das técnicas de manipulação conhecidas como pé na porta e porta na cara. A primeira consiste em propor à vítima um acto aliciador para obter dela um acto custoso e a segunda é o inverso, ou seja, consiste em propor um acto custoso para obter da vítima um acto mínimo ou aliciador. O objectivo final dessas técnicas de manipulação é levar as vítimas a dissonância cognitiva, levando-as a agir contrário aos seus sentimentos e valores.

Nos movimentos de massa é muito raro você encontrar alguém que não seja histérico, neurótico, maníaco, esquisito e assim por diante. Não é para menos. É preciso ter um couro de rinoceronte para não ser afectado profundamente pela lavagem cerebral levada a cabo ostensivamente por esses movimentos de massa como gaysismo, abortismo, feminismo, aquecimentismo, igualitarismo, libertarianismo, anarquismo, etc. que eles aprenderam com Gurdjieff. A maioria sucumbe a olhos vistos porque não está vacinada contra a ideologia gnóstica do movimento revolucionário. 
Somente a absorção de cultura superior pode vacinar o homem contra a influência macrossocial da ideologia gnóstica dos movimentos de massa. Infelizmente, neste país, a alta cultura acabou se é que algum dia ela existiu. Roger Scruton diz que “a alta cultura é a autoconsciência de um povo a qual se manifesta por meio da literatura, poesia e erudição filosófica”. Falar de autoconsciência num país em que as pessoas estão mais preocupadas em macaquear as últimas novidades pseudo-messiânicas da ONU, George Soros, CFR dos Rockfellers, CNN, New York Time, chega a ser ridículo.

Autoconsciência, como muito bem disse o filósofo Olavo de Carvalho, é saber que sabe que sabe. E só sabe, ou seja, só tem a unidade do saber, aquele que também busca a unidade da consciência e vice-versa. Mas neste país, ninguém está interessado nisso porque o saber é um adorno e um salvo-conduto para o indivíduo brilhar na mídia e se tornar elegível a algum emprego público como vimos acontecer com Ragendra de Sousa, Constantino Marrengula, Vasco Nhabinde e tutti quanti. Ninguém está preocupado em buscar o saber para ordenar seu caos interior e se tornar num spoudaios aristotélico. É por isso que as únicas coisas que eles lêem são actas do partido, relatório do Ministério, Jornal Notícia, NYT porque somente neste país temos o fenómeno bizarro de Licenciados, Mestres e Phds que nunca leram uma porra de um livro do começo ao fim na sua porca vida. Vá ser sr. doutor assim na p.q.p.

ESCRITOPOR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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