O vício de culpar
a sociedade pelos males que nós causamos uns aos outros ou a nós mesmos é o que
eu chamo de síndrome de Adão e Eva. Segundo o psicólogo Andrewj Lobaczwsky, poneros, i.e., o mal tem 3 origens: caracteropatia,
lesão no tecido cerebral e influência social. Ao tentar criar uma moral sem
culpas, a filósofa entre aspas, Marilena Chaui, pretende espalhar uma corriola
de psicopatas pelo mundo ao mesmo tempo que sacrifica a sociedade no panteão
olímpico dos deuses esquerdistas (Che Guevara, Fidel Castro, Hitler,
Stalin, Mao Dze Dong, Pol Pot et caterva)em cuja entrada lê-se o mantra sagrado enunciado por Teodoro Adorno: “toda tolerância para
com a esquerda. Nenhuma tolerância para com a direita”(sic).
Desde a sentença de Rousseau de que “o homem nasce bom
mas a sociedade o corrompe” (sic), os homens vêem colocando toda
responsabilidade de actos criminosos de ordem individual sobre a colectividade
social, sobre a sociedade. Todos nos lembramos que por ocasião da prisão do
cantor Anaconda por ter abusado sexualmente da sua filha, a comentadora da TV
MIRAMAR, a tal da Esther, disse alto e bom som que o pedófilo e incestuoso
cantor não tinha culpa nenhuma e que a culpa era da sociedade. Esse mesmo tipo
de comentários também ganharam vez quando a cantora Liloca foi cantar e dançar
para as crianças mostrando suas partes púbicas. É a esse vício de imputar
nossas responsabilidades nos outros que eu chamo de síndrome de Adão e Eva.
Quer dizer, se alguém é um assassino, um ladrão, uma prostituta, um toxicodependente,
etc., ele não tem culpa, o culpado é sempre a sociedade burguesa como se a
sociedade fosse capaz de agir e não passasse de uma estrutura universal e
abstracta composta por entes particulares e concretos e que estes últimos, SIM,
podem agir porque têm unidade de intenção.
Criar uma moral sem culpa como é o sonho da filósofa entre
aspas, professora da USP, Marilena Chaui, é, na verdade, uma apologia do poneros, i.e., do mal não apenas na
sociedade civil mas também e principalmente na política. E nem é preciso dizer
quem são essas pessoas que serão contempladas por essa dádiva beatífica de uma
moral sem culpas. Certa vez a Marilena Chaui disse: “eu odeio a classe média”. Se
ela odeia a classe média, ela odeia muito mais ainda os burgueses, i.e., os
proprietários dos factores de produção de modo que a tal da sociedade sem culpa
de Chaui é apenas uma concessão paternal ou antes maternal da filósofa entre
aspas aos militantes da esquerda que tenham provado possuir a requerida quota
de esquerdismo para tão excelso acto da graça beatífica chauiana. Isso não
admira porque já dizia Teodoro Adorno: “toda tolerância para com a esquerda e
nenhuma tolerância para com a direita’ (sic). Você já viu os revolucionários
culparem-se mutuamente? De modo nenhum. A culpa é sempre dos reaccionários não
importando se o indivíduo é esquerdista até a médula dos ossos como Trotsky e
Karl Radek aos quais Stalin despachou para outra vida como a mesma facilidade
de quem punha a descarga da sanita depois de uma cagadas daquelas. Por exemplo,
quando Che Guevara fuzilava uns quantos reaccionários inermes e atados de pés e
mãos (que valentia!), ele se debulhava em lágrimas, meditabundo: “porquê esses
f.d.p me obrigam a fazer isso com eles”. Quer dizer, é a total inversão da
relação gnosiológica sujeito-objecto que é um dos centros nevrálgicos da
mentalidade revolucionária.
Se Chaui imagina que vai criar uma moral sem culpa é
porque ela está muito é velha e caduca porque tudo que ela vai conseguir é
espalhar um bando de psicopatas pelo mundo. O que é um psicopata? É o individuo
que não tem sentimentos morais de culpa e compaixão. Se você é incapaz de
sentir culpa, então, você é também incapaz de sentir compaixão. Já dizia Goethe
que “quem não sabe desprezar também não sabe honrar” (sic).
O psicólogo polonês, Andrej Lobaczwescky, diz no seu
livro “ponerologia, psicopatas no poder” que a psicopatia tem 3 causas que se
seguem:
1.
Caracteropatia
(ex.: esquizoidia, paranóia, etc.)
2.
Lesão no tecido
cerebral
3.
Influência social
Lobaczwsky diz que de todas essas 3 causas, por
estatística, a mais importante ou a que mais frequentemente está associada a
psicopatia é a caracteropatia, seguindo-se uma causa de ordem neurológica que é
a lesão no tecido cerebral e por fim, a influência social como a derradeira das
causas e a menos importante.
Lesão no tecido
cerebral
No que tange a lesão no tecido cerebral, eu
sinceramente tenho algumas reservas porque quando falamos de ponerologia
estamos a falar do mal, “poneros” em grego é o mal e isso suscita um debate que
já tem barbas brancas acerca da origem do mal. Ora, a lesão cerebral é um mal
físico mas a psicopatia é um mal de ordem moral e não vejo como é que um mal de
ordem física possa causar um mal de ordem moral. Pelo contrário, como disse
Sto. Agostinho, o mal físico é que é causado pelo mal moral e não o contrário e
essa relação funcional me parece bem especificada. Mas esse é um assunto que
merece uma meditação mais ampla em um artigo mais específico tão logo se
mostrar oportuno.
Caracteropatia
A caracteropatia nos remete para um problema de
deficiência de carácter do indivíduo. O que é carácter? Podemos definir
carácter como a forma pura da personalidade. Se há uma personalidade e sendo
ela distinta de outras personalidades tem que haver, por conseguinte, traços de
personalidade que são hábitos e costumes que distinguem uma pessoa da outra.
Nenhum de nós é um Robinson Crusóe perdido numa ilha.
Todos nós nascemos numa comunidade com uma cultura sedimentada por camadas
imensas de mitos que já vêm desde milénios. E nossa imaginação colectiva é
moldada por esse sistema de valores fundados nesses mitos. Contudo, os ideais
revolucionários estão no inconsciente de cada um de nós e podem aflorar ao
consenciente a qualquer momento, tentando qualquer um de nós ao invés de se
ater a mera compreensão da realidade arrogar-se ao delírio prometeico de
transformar a estrutura da realidade como enunciado por Marx na sua 12a tese
contra Feuerbach que faz a divisa entre intelectual tout court e intelectual orgânico ou activista.
O delírio
revolucionário muda totalmente os traços de personalidade do indivíduo pondo-o
em choque com os hábitos e costumes da sua comunidade, enfim, com o sistema de
valores estabelecidos, os quais moldam a imaginação colectiva daquela
comunidade. Então, é aí que arrebatado por seu delírio gnóstico-revolucionário
o indivíduo começa a dizer que o universo é mau e a humanidade é inviável e
que, por conseguinte, ele deve ter as rédeas do poder político-militar,
económico, religioso, etc., em suas mãos e que a partir daí vai dar aquele click gramsciano e tudo será mais belo.
É daqui que surgem os Robin Hoods que roubam dos ricos para dar aos pobres e
com a cara mais bisonha do mundo chamam a isso de justiça social ao mesmo tempo
que gritam histericamente com Proudhon que “a propriedade privada é um roubo”.
É claro, a propriedade dos outros, nunca a sua.
Influência social
Ninguém em sã consciência pode negar a dimensão
sociológica da psicopatia que, na verdade, mais bem designada seria sociopatia.
Contudo, responsabilizar histericamente a sociedade como se tem visto por aí pela
psicopatia de uns quantos psicopatas que pululam na nossa sociedade como a
principal causa desse mal é perder de vista o senso de hierarquia que, por
etimologia, é um princípio sagrado, o que faz com que sua violação adquira o
carácter profanatório de culto idolátrico e, longe de lidar eficazmente com o
problema, isso só conduz ao seu agravamento.
A influência social para o despertar da sociopatia, a
julgar não apenas pela própria experiência de Lobaczwsky mas de tantos outros,
tem a ver com a submissão dos sociopatas ou dos candidatos a sociopatas a
técnicas de manipulação. Postei recentemente neste blog um artigo intitulado “Técnicas de manipulação” em que eu falo
das técnicas de manipulação conhecidas como pé
na porta e porta na cara. A
primeira consiste em propor à vítima um acto aliciador para obter dela um acto
custoso e a segunda é o inverso, ou seja, consiste em propor um acto custoso
para obter da vítima um acto mínimo ou aliciador. O objectivo final dessas
técnicas de manipulação é levar as vítimas a dissonância cognitiva, levando-as
a agir contrário aos seus sentimentos e valores.
Nos movimentos de massa é muito raro você encontrar
alguém que não seja histérico, neurótico, maníaco, esquisito e assim por
diante. Não é para menos. É preciso ter um couro de rinoceronte para não ser
afectado profundamente pela lavagem cerebral levada a cabo ostensivamente por
esses movimentos de massa como gaysismo, abortismo, feminismo, aquecimentismo,
igualitarismo, libertarianismo, anarquismo, etc. que eles aprenderam com
Gurdjieff. A maioria sucumbe a olhos vistos porque não está vacinada contra a
ideologia gnóstica do movimento revolucionário.
Somente a absorção de cultura superior pode vacinar o
homem contra a influência macrossocial da ideologia gnóstica dos movimentos de
massa. Infelizmente, neste país, a alta cultura acabou se é que algum dia ela
existiu. Roger Scruton diz que “a alta cultura é a autoconsciência de um povo a
qual se manifesta por meio da literatura, poesia e erudição filosófica”. Falar
de autoconsciência num país em que as pessoas estão mais preocupadas em
macaquear as últimas novidades pseudo-messiânicas da ONU, George Soros, CFR dos
Rockfellers, CNN, New York Time, chega a ser ridículo.
Autoconsciência, como muito bem disse o filósofo Olavo
de Carvalho, é saber que sabe que sabe. E só sabe, ou seja, só tem a unidade do
saber, aquele que também busca a unidade da consciência e vice-versa. Mas neste país, ninguém está interessado nisso porque o
saber é um adorno e um salvo-conduto para o indivíduo brilhar na mídia e se
tornar elegível a algum emprego público como vimos acontecer com Ragendra de
Sousa, Constantino Marrengula, Vasco Nhabinde e tutti quanti. Ninguém está preocupado em buscar o saber para
ordenar seu caos interior e se tornar num spoudaios
aristotélico. É por isso que as únicas coisas que eles lêem são actas do
partido, relatório do Ministério, Jornal Notícia, NYT porque somente neste país
temos o fenómeno bizarro de Licenciados, Mestres e Phds que nunca leram uma porra de um livro do começo ao fim na sua
porca vida. Vá ser sr. doutor assim na p.q.p.
ESCRITOPOR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com
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