Postular que
apenas existe o que é material é um absurdo indefensável porque a matéria
tomada em si mesma a nada pode dar existência pois a existência é sempre uma
fusionabilidade entre dois polos contrários como a fusionabilidade da forma com
a matéria que vai nos dar a existência cronotópica que é aquela dos entes do
mundo beta, ou seja, uma existência ligada propriamente aos símbolos
quaternários. E, quando temos a fusionabilidade do acto com a potência temos
uma existência ad aeterna que
pertence propriamente aos entes do mundo alfa que são representados pelos
símbolos quinários.
No século XVIII, quando Berkley inventou o
materialismo, seu objectivo era encontrar realidade também na matéria. Porém,
no século XIX, os neo-berklenianos mudaram tudo e postularam que não havia
realidade fora da matéria, portanto, toda realidade é material, porém, esse
postulado é bastante precário porque ele mesmo não é material mas apenas
formal.
Já em diversos artigos falei da confusão
entre ser e existir que é feita pelos materialistas mormente no que tange ao
problema da existência de Deus porque eles quando dizem que Deus não existe
eles imaginam que isso é o mesmo que dizer que Deus não é o que não deixa de
ser absurdo e revela a ignorância desses cidadãos em relação a ontologia.
Classificar a existência em existência
material e existência imaterial ou dar como pressuposto que o existente é
apenas aquilo que tem materialidade e que inexistente aquilo que não tem
material é um show de inépcia que
foge a toda e qualquer possibilidade de análise lógica e longe de ser um
postulado, um proposição, um teorema, é pois um ardil psicológico da mais alta
vigarice.
A existência não se classifica em material
e não material mas sim em superior e inferior ou seja, ela classifica-se por
ser quaternária e quinária. Não há existência material, i.e., puramente
material porque toda existência é uma fusionabilidade diádica, ou seja, uma
fusionabilidade entre dois opostos considerados matheticamente tal como o faziam os pitagóricos.
Quando temos uma fusionabilidade da forma
com a matéria, então, temos uma existência ôntica, que é uma existência quaternária,
uma existência dos entes físicos que são aqueles entes que pertencem ao mundo
beta, o mundo inferior das coisas mutáveis mas não inferior no sentido pejorativo
do termo mas no sentido de eminência.
Porém, quando se dá uma fusionabilidade do
acto com a potência temos uma existência quinária, que é aquela que pertence
propriamente ao mundo alfa considerado ontologicamente como o mundo dos seres espirituais
como anjos etc.
De modo que uma existência pode ser ôntica
quando há uma fusionalidade da forma com a matéria e ela também pode ser
ontológica quando se da uma fusionabilidade do acto com a potência. A matéria
por si só não existe. Ela é apenas uma Potência. Ela existe apenas
perfeitamente à medida que ela se funde a sua forma natural ou essencial que é
a materialidade, a qual não é material por exemplo no sentido de um quod phisis, algoe físico, porque a
matéria tratada enquanto cronotopicamente ela é comutável enquanto a
materialidade é incomutável porque sendo um ser a se ela é ad aeterna.
Então, quando se tenta provar a existência
de Deus por meio da ciência isso só mostra que esses auto-intitulados
cientistas não sabem o que é ciência caso contrário conheceriam seus limites e
nem sabem de Deus o quid est. O
método das ciências naturais só se aplica cronotopicamente a entes do mundo beta
e não a entes do mundo alfa de modo que você não pode provar pela ciência a
existência da triangularidade, da humanidade, da animalidade, etc., porque se
tratam de objectos ideias e não de objectos da nossa experiência de modo que o
que os cientistas querem fazer em relação a essa questão é aquecerem-se com um
fogo pintado a tinta óleo numa tela. Ora, isso não é ciência. Isso é
superstição como dizia Julien Benda.
ESCRITO POR|XADREQUE
SOUSA|shathreksousa@gmail.com
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