quarta-feira, 29 de março de 2017

Da Existência

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Postular que apenas existe o que é material é um absurdo indefensável porque a matéria tomada em si mesma a nada pode dar existência pois a existência é sempre uma fusionabilidade entre dois polos contrários como a fusionabilidade da forma com a matéria que vai nos dar a existência cronotópica que é aquela dos entes do mundo beta, ou seja, uma existência ligada propriamente aos símbolos quaternários. E, quando temos a fusionabilidade do acto com a potência temos uma existência ad aeterna que pertence propriamente aos entes do mundo alfa que são representados pelos símbolos quinários.

No século XVIII, quando Berkley inventou o materialismo, seu objectivo era encontrar realidade também na matéria. Porém, no século XIX, os neo-berklenianos mudaram tudo e postularam que não havia realidade fora da matéria, portanto, toda realidade é material, porém, esse postulado é bastante precário porque ele mesmo não é material mas apenas formal.

Já em diversos artigos falei da confusão entre ser e existir que é feita pelos materialistas mormente no que tange ao problema da existência de Deus porque eles quando dizem que Deus não existe eles imaginam que isso é o mesmo que dizer que Deus não é o que não deixa de ser absurdo e revela a ignorância desses cidadãos em relação a ontologia.

Classificar a existência em existência material e existência imaterial ou dar como pressuposto que o existente é apenas aquilo que tem materialidade e que inexistente aquilo que não tem material é um show de inépcia que foge a toda e qualquer possibilidade de análise lógica e longe de ser um postulado, um proposição, um teorema, é pois um ardil psicológico da mais alta vigarice.

A existência não se classifica em material e não material mas sim em superior e inferior ou seja, ela classifica-se por ser quaternária e quinária. Não há existência material, i.e., puramente material porque toda existência é uma fusionabilidade diádica, ou seja, uma fusionabilidade entre dois opostos considerados matheticamente tal como o faziam os pitagóricos.

Quando temos uma fusionabilidade da forma com a matéria, então, temos uma existência ôntica, que é uma existência quaternária, uma existência dos entes físicos que são aqueles entes que pertencem ao mundo beta, o mundo inferior das coisas mutáveis mas não inferior no sentido pejorativo do termo mas no sentido de eminência.

Porém, quando se dá uma fusionabilidade do acto com a potência temos uma existência quinária, que é aquela que pertence propriamente ao mundo alfa considerado ontologicamente como o mundo dos seres espirituais como anjos etc.

De modo que uma existência pode ser ôntica quando há uma fusionalidade da forma com a matéria e ela também pode ser ontológica quando se da uma fusionabilidade do acto com a potência. A matéria por si só não existe. Ela é apenas uma Potência. Ela existe apenas perfeitamente à medida que ela se funde a sua forma natural ou essencial que é a materialidade, a qual não é material por exemplo no sentido de um quod phisis, algoe físico, porque a matéria tratada enquanto cronotopicamente ela é comutável enquanto a materialidade é incomutável porque sendo um ser a se ela é ad aeterna.

Então, quando se tenta provar a existência de Deus por meio da ciência isso só mostra que esses auto-intitulados cientistas não sabem o que é ciência caso contrário conheceriam seus limites e nem sabem de Deus o quid est. O método das ciências naturais só se aplica cronotopicamente a entes do mundo beta e não a entes do mundo alfa de modo que você não pode provar pela ciência a existência da triangularidade, da humanidade, da animalidade, etc., porque se tratam de objectos ideias e não de objectos da nossa experiência de modo que o que os cientistas querem fazer em relação a essa questão é aquecerem-se com um fogo pintado a tinta óleo numa tela. Ora, isso não é ciência. Isso é superstição como dizia Julien Benda.

ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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