quinta-feira, 9 de março de 2017

Falsificando a história

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O ódio bilioso com que as ex-colónias se referem aos seus ex-colonizadores é de uma histeria abissal que os leva a falsificar os factos. Na verdade, não é que elas falsificam os factos mas apenas a sua narrativa. O facto permanece intacto e mais cedo ou mais tarde acaba vindo a superfície em toda sua crueza como dizia são Tomás de Aquino: “a verdade é filha do tempo”(sic).

Ademais, falar mal dos ex-colonizadores só prova que as ex-colónias ainda não se libertaram do fantasma da colonização que como um resquício psíquico desperta a vir assombrá-los de tempos em tempos.

Em África, especialmente na pátria amada, exagerar acerca do passado para além do hiperbolicamente estético é uma necessidade metafísica da mais alta transcendência.

No dia 17 de Novembro de 2009, dia internacional dos estudantes, o professor doutor Carlos Serra, disse que a Victória dos colonizadores no contexto das primeiras resistências anticoloniais deveu-se não a força dos colonizadores mas, sim, a fraqueza dos colonizados.

Não é preciso ser muito inteligente para perceber que o professor Serra está negando todo e qualquer mérito a victória dos colonizadores no contexto desta comunicação ao mesmo tempo que chama nossos antepassados de fracos. Seja como for, Carlos Serra está acusando os colonizadores de terem batido em crianças como se Ngungunhana, Mwenemutapa, Chaka Zulu, Zinga Nbande, Hendrick Witboi, Samuel Maherero e tutti quanti fossem donzelas inermes.

Donald Rumsfeld disse que “a fraqueza atrai a agressividade”(sic), porém, atrair a agressividade não significa que o agressor vai vencer ou que o agredido vai perder a guerra. A victória numa guerra não é um jogo de soma zero em que o forte ganha sempre e o fraco perde sempre. De modo nenhum.

A fraqueza pode ser uma força e a força pode ser uma fraqueza. O grande estrategista militar e filósofo chinês, Sun Tzu, dizia: “quando fores forte finja-te fraco e quando fores fraco finja-te forte”. Quer dizer, a táctica do engodo na guerra é crucial. Ela pode decidir quem ganha e quem perde mas para isso é preciso antes de qualquer outra coisa colocar em prática um outro princípio da “arte da guerra” de Sun Tzu que vem com os órficos, o qual diz: “conhece a ti mesmo e conhece a teus inimigos e em 100 batalhas nunca correrás perigo” de ser derrotado, obviamente.

Geralmente, os historiadores profissionais dizem que a fraqueza dos povos africanos quando das suas primeiras resistências consistia em usar armas rudimentares como arco e flexa, espadas, etc., e na falta de unidade entre as diferentes unidades étnicas e linguísticas que habitavam o mesmo espaço geográfico. Não se pode negar que não há nenhuma proporção entre armas de fogo e arco e flexa e que a falta de unidade torna inviável toda e qualquer veleidade de acção humana cuja base é a unidade de intenção a qual pressupõe-se irá, por sua vez, unificar todas as tácticas num front estratégico único que permitirá atingir o inimigo com força no centro mesmo da sua gravidade. 

Contudo, malgrado os europeus estarem armados até os dentes com suas armas modernas e terem superado seus problemas de unidade étnica e linguística desde o século XIV, sendo Portugal, o primeiro estado-nação da Europa (1395), isso não torna sua victória contra os nativos da África, Ásia e América não meritória porque fraqueza não é graça, i.e., favor não merecido oferecido aos adversários.

O bom e velho Leopold Von Ranke dizia que o papel do historiador é contar as coisas tal como elas se passaram. Infelizmente, muitos historiadores modernos, levados até as últimas consequências por seus compromissos de grupo aos quais (compromissos) eles estão agrilhoados, querem fazer-se passar por intérpretes da história - enquanto não têm uma mente ordenadora para tal - ao invés de serem seus meros narradores e deixar que os factos falem por si próprios de modo que eles acabam confundindo dedução lógica com narração e nem percebem que estão fazendo uma metásbasis hexalogueno.

Essa não é a única coisa que se tem feito. Mas ela se junta a outras manifestações de histeria colectiva como as que dizem que Mandela é um filósofo da estatura do bom e velho Sócrates ou que Samora é um estadista da dimensão de um Péricles, Ronald Regan ou Winston Churchill ou que os nossos curandeiros e feiticeiros são místicos da estatura de um Moisés, São Pedro, São Pedro, Policarpo, etc., e outras insanidades que pretendem comparar um Malangatana com Michel Ângelo Buonarroti, Leonardo Da Vinci, Rafael Di Santi, etc., comparar um Mfane Fumo com um Mário Lanza, Frank Sinatra, Katryn Grayson ou ainda a tentativa de comparar as práticas mágico-religiosas, os códigos morais, as crenças, etc., autóctones dos africanos com a religião de Moisés ou com a religião de Cristo. Quer dizer, perdeu-se totalmente o senso de percepção da realidade.

Já dizia o filósofo Olavo de Carvalho que “o que as pessoas dizem não importa. O que importa é o que elas realmente fazem”(sic). Não sou a favor nem contra a colonização ou os colonizadores pelo simples realidade de que a colonização não é uma ideia mas um facto e como diz o próprio termo, facto é aquilo que aconteceu e não me parece são tomar partido de algo que aconteceu. Tomar posição é um acto político como disse David Horowitz no seu livro “a arte da guerra política” que política é uma guerra de posição. Ser a favor ou contra significa que você ou seu grupo querem transformar a realidade e acontece que dado isso como pressuposto tomar partido acerca de um facto que já ocorreu é um absurdo porque ele não mais pode ser modificado como diz aquele verso de Mallarmé que ele escreveu no túmulo do seu amigo Edgar Allan Poe: “T’el qu’en lui même enfim, l’eternité le change”. Ora, minha tarefa como intelectual tout court é compreender e não tomar partido pois que não me julgo qualificado para tão excelsa tarefa prometeica pelo que deixo isso para os professores Carlos Serra, Severino Ngoenha, José Castiano, Elísio Macamo, etc., ao nível nacional e a nível internacional deixo isso para os Noah Chomsky, Richard Dawkins, Marilena Chauí, Alexander Duguin, et caterva.

***

Quando as pessoas falam mal ou bem dos europeus e dos EUA elas pensam que estão discutindo factos e nem se dão conta de que estão discutindo apenas meras narrativas. Nenhum facto pode ser modificado pelo puro acto da sua narrativa. As nossas conjecturas e imaginações podem abafar os factos por um tempo porém, mais cedo ou mais, eles virão à tona tal como sentenciada naquele aforisma de São Tomás de Aquino que diz: “a verdade é filha do tempo”(sic).

O que poucas pessoas sabem é que não é possível argumentar contra um facto mas apenas em seu proveito. Já dizia novamente São Tomás de Aquino que “contra factos não há argumentos”(sic). O que a maior parte dos elementos da nossa classe falante chama de análise não passa de um exercício fútil que consiste em descer o porrete num matrafão de horta de sua própria invenção e como eles recebem aplausos histéricos de sua plateia de idiotas úteis totalmente acéfalos, eles dão berros hedonísticos de prazer e imaginam ter superado a lógica de Aristóteles. Porca miséria!

O ódio bilioso com que as ex-colónias falam dos seus ex-colonizadores só mostra que eles se libertaram apenas fisicamente da colonização mas que espiritualmente continuam acorrentados e chicoteados pelo fantasma da colonização que como um resquício psíquico desperta a vir assombrá-los de tempos em tempos. Nem é preciso dizer que isso é uma emoção demoníaca. Santo agostinho dizia que o diabo fica com orgasmos quando as pessoas exageram o seu poder e aqui, na pátria amada, exagerar acerca do passado para além do hiperbolicamente estético é uma necessidade metafísica da mais alta transcendência.

Os mesmos historiadores, pagos a peso de ouro pelas ONG’s bilionárias como open society de George Soros, fundação McCarthy, etc., que ficam alardeando pelos quatro cantos da terra horrores mastodônticos acerca dos colonizadores europeus colocam debaixo de panos quentes o facto de que 8 séculos antes do primeiro europeu assentar pé em África, os africanos, negros muitos deles, foram os primeiros a invadir a Europa e escravizar os europeus sob a bandeira da religião de Mohammad Mustafá e que os mussulmanos praticam a escravidão até hoje em muitos países islâmicos sob o olhar complacente das autoridades e da mídia. Ai, meu Jesus que minha quota de paciência estourou!

ESCRITOPOR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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