O ódio bilioso com
que as ex-colónias se referem aos seus ex-colonizadores é de uma histeria
abissal que os leva a falsificar os factos. Na verdade, não é que elas
falsificam os factos mas apenas a sua narrativa. O facto permanece intacto e
mais cedo ou mais tarde acaba vindo a superfície em toda sua crueza como dizia são
Tomás de Aquino: “a verdade é filha do tempo”(sic).
Ademais, falar mal
dos ex-colonizadores só prova que as ex-colónias ainda não se libertaram do
fantasma da colonização que como um resquício psíquico desperta a vir assombrá-los
de tempos em tempos.
Em África,
especialmente na pátria amada, exagerar acerca do passado para além do hiperbolicamente
estético é uma necessidade metafísica da mais alta transcendência.
No dia 17 de Novembro de 2009, dia internacional dos
estudantes, o professor doutor Carlos Serra, disse que a Victória dos
colonizadores no contexto das primeiras resistências anticoloniais deveu-se não
a força dos colonizadores mas, sim, a fraqueza dos colonizados.
Não é preciso ser muito inteligente para perceber que
o professor Serra está negando todo e qualquer mérito a victória dos
colonizadores no contexto desta comunicação ao mesmo tempo que chama nossos
antepassados de fracos. Seja como for, Carlos Serra está acusando os
colonizadores de terem batido em crianças como se Ngungunhana, Mwenemutapa,
Chaka Zulu, Zinga Nbande, Hendrick Witboi, Samuel Maherero e tutti quanti fossem donzelas inermes.
Donald Rumsfeld disse que “a fraqueza atrai a
agressividade”(sic), porém, atrair a agressividade não significa que o agressor
vai vencer ou que o agredido vai perder a guerra. A victória numa guerra não é
um jogo de soma zero em que o forte ganha sempre e o fraco perde sempre. De
modo nenhum.
A fraqueza pode ser uma força e a força pode ser uma
fraqueza. O grande estrategista militar e filósofo chinês, Sun Tzu, dizia:
“quando fores forte finja-te fraco e quando fores fraco finja-te forte”. Quer
dizer, a táctica do engodo na guerra é crucial. Ela pode decidir quem ganha e
quem perde mas para isso é preciso antes de qualquer outra coisa colocar em prática
um outro princípio da “arte da guerra” de Sun Tzu que vem com os órficos, o
qual diz: “conhece a ti mesmo e conhece a teus inimigos e em 100 batalhas nunca
correrás perigo” de ser derrotado, obviamente.
Geralmente, os historiadores profissionais dizem que a
fraqueza dos povos africanos quando das suas primeiras resistências consistia
em usar armas rudimentares como arco e flexa, espadas, etc., e na falta de
unidade entre as diferentes unidades étnicas e linguísticas que habitavam o
mesmo espaço geográfico. Não se pode negar que não há nenhuma proporção entre
armas de fogo e arco e flexa e que a falta de unidade torna inviável toda e
qualquer veleidade de acção humana cuja base é a unidade de intenção a qual pressupõe-se
irá, por sua vez, unificar todas as tácticas num front estratégico único que permitirá atingir o inimigo com força
no centro mesmo da sua gravidade.
Contudo, malgrado os europeus estarem armados até os
dentes com suas armas modernas e terem superado seus problemas de unidade
étnica e linguística desde o século XIV, sendo Portugal, o primeiro estado-nação
da Europa (1395), isso não torna sua victória contra os nativos da África, Ásia
e América não meritória porque fraqueza não é graça, i.e., favor não merecido
oferecido aos adversários.
O bom e velho Leopold Von Ranke dizia que o papel do
historiador é contar as coisas tal como elas se passaram. Infelizmente, muitos
historiadores modernos, levados até as últimas consequências por seus
compromissos de grupo aos quais (compromissos) eles estão agrilhoados, querem
fazer-se passar por intérpretes da história - enquanto não têm uma mente
ordenadora para tal - ao invés de serem seus meros narradores e deixar que os
factos falem por si próprios de modo que eles acabam confundindo dedução lógica
com narração e nem percebem que estão fazendo uma metásbasis hexalogueno.
Essa não é a única coisa que se tem feito. Mas ela se
junta a outras manifestações de histeria colectiva como as que dizem que
Mandela é um filósofo da estatura do bom e velho Sócrates ou que Samora é um
estadista da dimensão de um Péricles, Ronald Regan ou Winston Churchill ou que
os nossos curandeiros e feiticeiros são místicos da estatura de um Moisés, São
Pedro, São Pedro, Policarpo, etc., e outras insanidades que pretendem comparar
um Malangatana com Michel Ângelo Buonarroti, Leonardo Da Vinci, Rafael Di
Santi, etc., comparar um Mfane Fumo com um Mário Lanza, Frank Sinatra, Katryn
Grayson ou ainda a tentativa de comparar as práticas mágico-religiosas, os códigos
morais, as crenças, etc., autóctones dos africanos com a religião de Moisés ou
com a religião de Cristo. Quer dizer, perdeu-se totalmente o senso de percepção
da realidade.
Já dizia o filósofo Olavo de Carvalho que “o que as
pessoas dizem não importa. O que importa é o que elas realmente fazem”(sic). Não
sou a favor nem contra a colonização ou os colonizadores pelo simples realidade
de que a colonização não é uma ideia mas um facto e como diz o próprio termo, facto
é aquilo que aconteceu e não me parece são tomar partido de algo que aconteceu.
Tomar posição é um acto político como disse David Horowitz no seu livro “a arte
da guerra política” que política é uma guerra de posição. Ser a favor ou contra
significa que você ou seu grupo querem transformar a realidade e acontece que
dado isso como pressuposto tomar partido acerca de um facto que já ocorreu é um
absurdo porque ele não mais pode ser modificado como diz aquele verso de
Mallarmé que ele escreveu no túmulo do seu amigo Edgar Allan Poe: “T’el qu’en
lui même enfim, l’eternité le change”. Ora, minha tarefa como intelectual tout court é compreender e não tomar
partido pois que não me julgo qualificado para tão excelsa tarefa prometeica pelo
que deixo isso para os professores Carlos Serra, Severino Ngoenha, José
Castiano, Elísio Macamo, etc., ao nível nacional e a nível internacional deixo
isso para os Noah Chomsky, Richard Dawkins, Marilena Chauí, Alexander Duguin, et caterva.
***
Quando as pessoas falam mal ou bem dos europeus e dos
EUA elas pensam que estão discutindo factos e nem se dão conta de que estão discutindo
apenas meras narrativas. Nenhum facto pode ser modificado pelo puro acto da sua
narrativa. As nossas conjecturas e imaginações podem abafar os factos por um
tempo porém, mais cedo ou mais, eles virão à tona tal como sentenciada naquele
aforisma de São Tomás de Aquino que diz: “a verdade é filha do tempo”(sic).
O que poucas pessoas sabem é que não é possível argumentar
contra um facto mas apenas em seu proveito. Já dizia novamente São Tomás de
Aquino que “contra factos não há argumentos”(sic). O que a maior parte dos
elementos da nossa classe falante chama de análise não passa de um exercício fútil
que consiste em descer o porrete num matrafão de horta de sua própria invenção e
como eles recebem aplausos histéricos de sua plateia de idiotas úteis
totalmente acéfalos, eles dão berros hedonísticos de prazer e imaginam ter
superado a lógica de Aristóteles. Porca miséria!
O ódio bilioso com que as ex-colónias falam dos seus
ex-colonizadores só mostra que eles se libertaram apenas fisicamente da colonização
mas que espiritualmente continuam acorrentados e chicoteados pelo fantasma da colonização
que como um resquício psíquico desperta a vir assombrá-los de tempos em tempos.
Nem é preciso dizer que isso é uma emoção demoníaca. Santo agostinho dizia que
o diabo fica com orgasmos quando as pessoas exageram o seu poder e aqui, na pátria
amada, exagerar acerca do passado para além do hiperbolicamente estético é uma
necessidade metafísica da mais alta transcendência.
Os mesmos historiadores, pagos a peso de ouro pelas
ONG’s bilionárias como open society
de George Soros, fundação McCarthy, etc., que ficam alardeando pelos quatro
cantos da terra horrores mastodônticos acerca dos colonizadores europeus
colocam debaixo de panos quentes o facto de que 8 séculos antes do primeiro
europeu assentar pé em África, os africanos, negros muitos deles, foram os
primeiros a invadir a Europa e escravizar os europeus sob a bandeira da religião
de Mohammad Mustafá e que os mussulmanos praticam a escravidão até hoje em
muitos países islâmicos sob o olhar complacente das autoridades e da mídia. Ai,
meu Jesus que minha quota de paciência estourou!
ESCRITOPOR|XADREQUE
SOUSA|shathreksousa@gmail.com
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