sexta-feira, 17 de março de 2017

“fés” e burrice ateísta

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O termo fé só faz sentido se usado no contexto do cristianismo tal como a Torá só faz sentido dentro do judaísmo e a sharia faz sentido apenas se aplicada ao islam. De modo que, no contexto religioso, qualquer outra aplicação do termo fé fora do cristianismo é apenas uma figura de linguagem de modo que não se encontra nenhuma referência a fé na Torá ou na Sharia.
St. Paulo, o apóstolo, disse que “a fé vem por ouvir a pregação do evangelho de Jesus Cristo” (Romanos X,16) de modo que quando alguém diz que tem fé, ele está dizendo que é cristão porque fé é cristianismo e cristianismo é fé.


Quando se lê “God: a delusion” de Dawkins ou “Deus não é grande” de Hitchens e outras obras de autores ateístas é de deixar qualquer um estarrecido com o show de inépcia no maneio da técnica lógica e de falta de conhecimento religioso dos ateus militantes como os mencionados neste parágrafo e tantos outros como Victor Stenger, Daniel Dennet et caterva.

Para começo de conversa, ateísmo é o oposto do teísmo e não de judaísmo, cristianismo e islamismo. Portanto, ele oferece uma contradição ao teísmo. Uma contradição é apenas uma negação daquilo que se afirma. Ora, se por um lado você tem uma afirmação, o teísmo, e por outro lado, você tem uma negação que é o ateísmo, então, estabelece-se uma tensão dialéctica. Para entendermos melhor isso temos que chamar Hegel para essa conversa. Veja, aquele filósofo alemão tem a sua dialéctica nos seguintes termos: tese, antítese e síntese. Deste modo, a dialéctica não conduz a aceitação ou negação da afirmação. Antes, porém, ela conduz a uma síntese.

O que eu quero dizer com isso é que o ateísmo nunca vai conduzir a aniquilação absoluta do teísmo. O que ele conseguira é apenas fundir-se com o teísmo e criar uma síntese que depois desse processo se transmutará numa tese que será negada ou afirmada por outras teses até que se constitua uma nova síntese num processo ad aeterno.

Me chamar de teísta, deísta ou seja lá o que for chega a ser ofensivo. Eu não sou teísta ou deísta. Eu sou cristão. Isso faz toda a diferença. Um teísta ou deísta é alguém que crê na existência de Deus porém ele não crê num Deus pessoal. Por outras palavras, ele crê que Deus criou o mundo e que depois não fez mais nada e que também não pode intervir no funcionamento do cosmos, natureza e na vida do ser humano mediante resposta as suas orações, etc. ou seja, deus seria apenas um demiurgo, um executor material. Isso é que é teísmo e não tem nada que ver com cristianismo.

Ao invés disso, os cristãos crêem que Deus é uma pessoa que usa o pronome pessoal “EU”, uma pessoa com a qual se pode dialogar, uma pessoa que tem sentimentos, uma pessoa que pode ajudar em momentos difíceis, etc. E essa pessoa chama-se “SENHOR JESUS CRISTO”. Quando Cristo apareceu para os seus discípulos no segundo domingo da ressurreição, Tomé, o Dídimo, prostrou-se a seus pés e disse: “SENHOR MEU E DEUS MEU”. Eis aí o Deus dos cristãos, o que nada tem que ver com o deus que os Dawkins, Stenger, Hitchens, Dennet, etc., fizeram evoluir da sua ameba e agora querem imputar aos cristãos.

Confusão sobre a FÉ
Uma das grandes confusões que tenho notado na leitura dos livros dos ateístas militantes é tratar todas as religiões como espécies do mesmo género quando, na verdade, elas não são nada disso. Qualquer pessoa que tentasse advogar em favor dessa tese deveria fazer a seguinte pergunta elementar: “se todos os deuses são iguais e se todas as religiões são iguais, por quê é que elas brigam tanto e, as vezes, até a morte”? Mas essa pergunta não surge porque as pessoas, em vez de pensar, estão mais preocupadas em expressar suas sensações e repetir o manifesto do grupo ao qual elas apoiam.

Já expliquei em outros artigos publicados neste blog que não há como você conciliar judaísmo com cristianismo e cristianismo com islamismo. Cada religião é um fenómeno único e irreplicável de modo que quando os ateístas militantes tentam nivelar todas as religiões por baixo e todos os deuses eles não sabem do que estão falando. Porém, quando é assim não custa nada ir consultar as pessoas que entendem do assunto como Fritjof Schuon, autor de “the transcendental unity of religions”, Olavo de Carvalho, Luiz Gonzaga de Carvalho e assim por diante.

Uma grande confusão que esses escritores ateístas militantes causam é chamar judaísmo de fé, cristianismo de fé, islamismo de fé e outras religiões monoteístas e politeístas de fés. Isso só mostra que não sabem do que estão falando porque eles dão como pressuposto que fé é acreditar num dogma. Ora, é preciso ser muito pueril para acreditar numa coisa dessas. Uma breve leitura do Novo Testamento resolve esse problema, porém, eles não lêem aquele livro sagrado e se o lêem, fazem-no em busca de um nó cego porque não aquilo que Bergson chamava de “alma aberta” para evidenciar a atitude correcta a se ter por parte de quem, sinceramente, quer conhecer as coisas tal como elas são.

No livro dos Actos dos apóstolos, o cristianismo era chamado de seita. Contudo, os cristãos o chamavam de caminho. Ou como consta da epístola aos hebreus “o novo e vivo caminho que Ele [Cristo] nos consagrou pelo véu da sua carne”. Que caminho era esse? Esse caminho chamava-se fé. Quando o cristianismo ia se consolidando na Judeia a despeito das perseguições e martírios como os de Tiago e Estêvão, St. Lucas, o escritor dos Actos, diz que “muitos sacerdotes obedeciam a fé”. Vemos também no livro dos Actos que St. Paulo teve discussões acesas com os cristãos judeus porque St. Paulo pregava a salvação pela FÉ e os judeus pregavam a salvação pela TORÁ, a lei de Moisés. Não contente, numa de suas epístolas, St. Paulo diz claramente que a razão de tanta perseguição contra a igreja e a proliferação de muitos falsos cristãos era que “a fé não é de todos”. Ou seja, os judeus perseguiam os cristãos porque tinham LEI e não FÉ. Podemos estender isso aos mussulmanos e dizer que eles perseguem os cristãos porque não têm fé, eles têm a SHARIA. Na epístola aos romanos X,16, St. Paulo diz que “a fé vem pela pregação da palavra de Cristo”.

Creio, por meio do acima exposto, ter apresentado elementos de prova mais do que suficientes para demonstrar que fé é cristianismo e que cristianismo é fé de modo que quando alguém diz que tem fé, por outras apalavras, ele está dizendo que é cristão. Leia a Torá ou leia a sharia e você não vai encontrar nada acerca da fé porque a fé vem apenas pelo acto de ouvir a pregação do Evangelho de Jesus Cristo. A frase mais pronunciada por Jesus Cristo é, pois a seguinte: “a tua fé te salvou”. Deste modo, quando um ateu aplica o termo FÉ a outras religiões que não o cristianismo, isso, no máximo, só pode servir como uma figura de linguagem porque, no campo da religião, a fé só faz sentido dentro do cristianismo assim como a sharia só faz sentido dentro do islamismo e a torá só faz sentido dentro do judaísmo. Porém, esses cérebros iluminados da humanidade nem isso sabem.

ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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