Deste modo, só
existe poesia, romance, arte, daquilo que nós não conseguimos explicar. E como
não conseguimos explicar, então, sintetizamos a coisa em símbolos artísticos
quer sob a forma de poesia, quer sob a forma romanceada ou sob a forma de
pintura, escultura e assim por diante.
Quando um poeta
lavra um poema em termos analíticos ou quando um romancista lavra um romance em
termos analíticos isso já não é mais poesia, isso já não é mais romance. Isso é
ensaio. O trabalho propriamente poético, romanesco, artístico consiste em
registar os eventos que nós não conseguimos compreender cognitivamente. Daí
serem “expressão de impressões”.