sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Revolução moral

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A pós-modernidade muda de valores morais com a mesma frequência com que muda de cuecas. Quanto mais o tempo passa mais compenetrado fico de ver que Nietzsche e Gramsci estavam montados na razão ao dizer que é o partido príncipe que decide se uma acção é moralmente certa ou errada dependendo da função ela exerce na estratégia geral de tomada de poder pela elite revolucionária.

Deste modo, uma acção não mais tem valor moral objectivo fundado na especulação filosófica do verdadeiro e do falso. O objectivo de tudo isso é condicionar clássica e objectivamente os reflexos dos cidadãos e submetê-los a uma subserviência canina a moda de Pavlov e Skinner.

Não podemos confundir moral com ética. A diferença entre moral e ética é a mesma que existe entre aquilo que é especulativo e aquilo que é prático. Dito de outro modo: a ética é a especulação filosófica que busca alcançar o núcleo axiológico dos juízos lógicos do verdadeiro e do falso enquanto a moral busca a alcançar o núcleo axiológico do certo e do errado.

Quando um médico chega em casa e diz para a esposa que ele diagnosticou o vírus de HIV/SIDA no vizinho X que vive no andar Y, geralmente, diz-se que o médico não está a ser ético. Porém, isso é falso pelo que, ao invés disso, devia dizer-se que ele está a ser imoral porque ele está agindo de forma errada. Não se pode agir de forma ética ou não ética porque a ética não tem a ver com acção mas, sim, com a especulação filosófica do intelecto humano sobre a falsidade e a veracidade.

O desconhecimento dessa barreira entre aquilo que é ético e aquilo que é moral tem criado uma grande confusão mental nas pessoas de modo que os valores que são eticamente admitidos como falsos são moralmente admitidos como certos e os valores eticamente verdadeiros são rotulados como moralmente errados de modo que é preciso fazer um arranjo sábio entre a ética e a moral.

O que me levou a escrever esse artigo foi verificar como a moral tem sido fabricada em laboratório pelos engenheiros sociais de modo a condicionar clássica e objectivamente os reflexos dos cidadãos à moda de Ivan Pavlov e Skinner e forçá-los a uma subserviência canina por meio das suas técnicas de “pé na porta” e “porta na cara” de modo que hoje em dia é quase impossível encontrar alguém que não sofre de psicose informática principalmente nas escolas, nas universidades e no meio jornalístico.

O certo e o errado já não dependem da especulação humana sobre aquilo que é verdadeiro ou falso mas dependem da ambição de poder e desejo de transcendência da elite política no poder executivo, judicial e legislativo. Já dizia Nietzsche, no seu “O Anti-Cristo”, que “somente é bom aquilo que ajuda a aumentar o poder ou a sensação de poder” dionisíaca do super homem e aquilo que diminui esse poder ou meramente a sua sensação subjectiva deve ser carimbado com o rótulo infamante de mau. Mais tarde, digo, no século XX, António Gramsci, o fundador do partido comunista italiano e pai da revolução cultural, vai dizer que somente é bom aquilo que ajuda a revolução e que tudo que a atrapalha é mau de modo que os objectivos revolucionários do partido se substituem a especulação filosófica do verdadeiro e do falso.

Nestes termos, nenhuma acção pode estar objectivamente certa ou errada, ou seja, todas as acções são certas e erradas tota simul como se existissem dois princípios universais por trás de uma mesma acção, um princípio bom e um princípio mau. Isso é maniqueísmo barato de modo que:

1-Cultivar suruma e consumi-la ou comercializá-la é moralmente errado, porém, os médicos usarem a suruma terapeuticamente é também moralmente certo;
2-Traficar órgãos humanos é moralmente errado mas traficar os mesmos órgãos para fazer um transplante de órgãos não somente é certo mas é obrigatório;
3- Ter posse de arma de fogo mesmo que legal é moralmente errado mas os exércitos nacionais importarem armas a granel é moralmente certo e obrigatório;
4-Fazer manifestação, greve, é moralmente errado mas fazer manifestação, greve com a autorização do governo é moralmente certo;
5-Jejuar é moralmente errado mas fazê-lo com autorização do seu médico é moralmente certo;
6-Dizer que 5+3=8 sem ter diploma de Matemática é moralmente errado mas dizer que 1+1=9 é moralmente certo desde que você tenha diploma de Matemática.

Etc.

Tudo isso me faz lembrar aquela frase de Bertolt Brecht: “eu é que decido quem é judeu e quem não é”(sic). Quer dizer, por um simples acto do discurso você pode mudar a unidade étnica de alguém. É mesmo uma grande pena que Átila, o huno e Gengis Khan, o mongol, não tenham descoberto isso nos seus dias mas é o que os governos fazem hoje. Eles fazem um “fiat lux” a força dos decretos e das leis.

***

Você ser homossexual é uma coisa mas daí você querer que todo mundo seja homossexual e que haja uma lei que obrigue as pessoas a aceitar o homossexualismo como uma prática moralmente correcta isso é uma outra coisa. Você está aviltando a inteligência humana e se isso for levado a cabo você vai provocar uma crise civilizacional de dimensões antropológicas que você não vai conseguir resolver no prazo de uma vida de modo que todos os que exigem que todo mundo seja homossexual, bissexual, transgénico, abortista, ateu, sado-masoquista, pedófilo, aquecimentista, feminista, desarmamentista, nova ordem mundialista, e o raio que o parta, são sociopatas, criminosos e deviam ir para a cadeia com direito a camisa de força e sem direito a visita.

Porém, hoje em dia, com essa onda do politicamente correcto, quando você usa esse lexéi, ou seja, quando você fala nesse tom, lá vem um monte de Ngoenha, Castiano, Mabote, etc., dizer que você está a violar os direitos humanos e quando você pergunta o que são direitos humanos eles não são capazes de lhe dar uma resposta objectiva. Como escrevi outro dia eu nunca vi algo mais confuso que essa coisa dos direitos humanos porque segundo o dr. Peter Singer da Universidade de Pricenton, as galinhas têm direitos humanos.

Veja, você matar um soldado isso não é violar os direitos humanos porque o soldado não é ser humano mas você matar um individuo que estuprou e matou isso é violar os direitos humanos. Os mussulmanos cortarem o pescoço de judeus e cristãos a base de 100 mil por ano não é violar os direitos humanos mas os norte-americanos mandarem um mussulmano colocarem uma cueca na cabeça do mussulmano e mandar ele tocarem uma punheta lá em Guantánamo é uma grande violação dos direitos humanos. Pior: Donald J. Trump vetar a entrada de mussulmanos no seu próprio país onde os mussulmanos fizeram o 11/9, é o apocalipse.

Eu nunca vi os defensores dos direitos humanos marcharem quando os cristãos são assassinados por mussulmanos terroristas mas quando aparece alguém e diz que Saddam Hussein, Yasser Arafat, Osama Bill Laden e tutti quanti eram terroristas, todo mundo cai de pau no desgraçado. Fizeram isso com George W. Bush quando invadiu o Iraque. Todo mundo chorou por Saddam Hussein mesmo depois de terem sido abertas aquelas valas comuns onde foram encontrados mais de 300 mil cadáveres, essas pessoas vergam e dizem que Bush é um malvado que invadiu o Iraque por causa do petróleo mesmo que não sejam capazes de dizer quantas gotas de petróleo saíram do Iraque para os EUA desde a invasão até esta parte.

É como eu disse para alguém que insistia em como Trump estava a violar a constituição dos EUA e a não praticar a tolerância cristã. Tolerância cristã? Trump não foi eleito Papa, ele foi eleito presidente da república que é um cargo, uma função, secular. By the way, onde fica a raison d’etat de Reuchelieu?  Quer dizer, num tempo em que falar mal de Trump virou moda, a busca da verdade dos factos se tornou coisa de loucos como João Baptista a pregar para os gafanhotos no deserto porque os espertos mesmo, os mais inteligentes, aderem sem nenhum peso de consciência, se é que têm alguma, a onda politicamente correcta da esquerda internacional financiada por George Soros, Rockfeller, Buildeberg Club e outras ONGs bilionárias.

Sendo assim, caro leitor, o que é certo hoje, amanhã pode ser a coisa mais errada do mundo e o que é errado hoje, amanhã pode ser a maior das virtudes. Essa mudança frenética do sistema de valores tem como efeito destruir a consistência dos cidadãos como seres humanos e fazê-los viver de simulação com base apenas em meras impressões de momento como cobras e lagartos. A moda é não se comprometer com nada mas dar boa impressão sempre a boa maneira de Marcelo Rebelo de Sousa, PR de Portugal.

É caricato ver que até indivíduos que se dizem muito devotos de Nosso Senhor Jesus Cristo se portam dessa maneira e, não contente, ainda repetem alto e bom som que o primeiro e grande mandamento da lei e dos profetas é “amarás o SENHOR teu Deus acima de todas as coisas” e não percebem que isso não é possível sem você andar diante de Deus como Enoque ou andar na presença de Deus como Abraão. Ora, o que é andar diante de Deus ou não presença de Deus? É você ser sincero. E você só chega a sinceridade quando você se dá conta de que Deus é omnisciente e que, portanto, ele sabe tudo sobre você e que você não pode enganá-lo. Sem essa consciência que o faz antecipar o julgamento final, você não saberá o que é sinceridade e se você não sabe o que é sinceridade você nunca vai buscar a verdade e portanto nunca vai amar a Deus porque amor é aquilo que disse Sto. Agostinho, digo, “o desejo de eternidade do ser amado”(sic). Por outras palavras, amar a Deus é você querer estar com ele na eternidade e não aceitar a hipótese contrária de modo nenhum.

ESCRITOPOR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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