segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Mea culpa

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Ora, se a nossa economia destruiu-se com a centralização e recuperou com a liberalização, qualquer individuo com Q.I de pelo menos 12 vai concluir, necessariamente, que está mais do que claro que o problema da nossa economia, acima de qualquer conjuntura, é a sua planificação central e a solução para ela é a sua liberalização.

Quando nos perdemos num labirinto, o que é que temos que fazer para sair dele? Temos que refazer, mentalmente, toda a trajectória, desde o começo até aquele ponto em que nos demos conta de que estávamos perdidos, não é assim? Supondo que não temos não temos GPS, telemóveis, etc.

Agora, a economia moçambicana encontra-se abraços com uma crise que dura a pouco mais de um ano. Uma visão superficial das coisas pode nos levar a atribuir essa crise a uma conjunção de factores como dívida da EMATUM, MAM, PRO-ÍNDICO; quebra do preço das commodities no mercado internacional; excesso de papel-moeda na economia e tensão político-militar. Contudo, cada uma desses factores são, apenas, conjunturais e, mesmo quando forem contidos, outros factores conjunturais surgirão e a economia voltará a ter problemas porque estruturalmente ela permanece a mesma.

Não adianta jogar culpas sobre Guebuza ou Nyusi iludidos de que até 2015 a economia estava muito bem e que as famigeradas “dívidas ocultas” e a tensão político-militar deram cabo de tudo. Dizer isso é apenas olhar para a conjuntura económica e não para a estrutura económica. Conjunturalmente, a economia moçambicana teve, lá, como se diz: “seus 5 minutos de fama”, porém, estruturalmente ela nunca foi robusta como dizia o FMI e tudo que está acontecendo no país é disso prova insofismável.

Discutir conjunturas é discutir fluxos e não perceber a constante que subjaz por trás do que está acontecendo. No final das contas, isso não passa de confundir cardápio com comida e bater num matrafão de horta. Se não há nenhuma homogeneidade ou nenhuma unidade nessas conjunturas, então, elas são apenas fictícias e não reais. Porém, se conseguimos distinguir a economia das suas conjunturas é porque há algo que não é conjuntural mas estrurural. O que é isso? A própria unidade do real e, neste caso, a unidade da realidade da estrutura económica.

A independência de Moçambique em 1975 marcou uma viragem naquilo que era a estrutura económica, política e social do país. Moçambique deixou de ser o maior exportador da Castanha de Caju do mundo. Muitas fábricas como a MABOR, BELITA, TEXTÁFRICA, TEXLOM, etc., e empresas como AUTO-INDUSTRIAL, TUDOR, SOCIEDADE MERCANTIL, HIDROMOC, etc., foram a falência. Então, foi aqui, neste ponto do labirinto, que a nossa economia se perdeu. O que foi que aconteceu naqueles anos que se seguiram a independência de Moçambique? Todos sabemos que em 1977, no seu IV Congresso, o partido Frelimo se declarou um partido de orientação marxista-leninista. Foi aqui que tudo começou, que a nossa economia fez uma inflexão da qual nunca mais nos recuperamos.

Aparentemente isso não tem nada que ver com o que está acontecendo hoje. Com efeito, muitas pessoas colocam a culpa remota do que tem acontecido com a nossa economia no PRE de 1987 “imposto” pelo FMI. Uma das grandes querelas está ligada a destruição da indústria do caju. Contudo, quando vemos que com a comunização, a nossa economia fracassou e com a liberalização ela melhorou, dizer que a tese de que o PRE foi pernicioso é falaciosa chega a ser um eufemismo.

Ora, se a nossa economia destruiu-se com a centralização e recuperou com a liberalização, qualquer individuo com Q.I de pelo menos 12 vai concluir, necessariamente, que está mais do que claro que o problema da nossa economia, acima de qualquer conjuntura, é a sua planificação central e a solução para ela é a sua liberalização. Isso é batata.

Agora, que uma economia centralmente planificada é inviável, isso só o moçambicano é que não sabe, porque acreditam em Marx e em Keynes. Ora, já em 1921, Ludwig Von Mises no seu livro “o cálculo económico no socialismo” havia demonstrado a inviabilidade da economia comunista ou da economia socialista ou da economia centralmente planificada como queiram chamar a isso porque, no final das contas, é tudo espécie do mesmo género.

Moçambique fez sua perestroika em 1990 com a mudança da constituição. Contudo, a economia de Moçambique não é liberal, é neo-liberal, que é um dos muitos eufemismos para a economia socialista. Uma das provas de que nossa perestroika foi cosmética é que a nossa economia até hoje é centralmente planificada. Então, você tem o plano quinquenal do governo. Ora, nenhum país que tenha uma economia de livre empresa tem um plano quinquenal, o qual é uma criação da URSS que já vem desde os tempos de Lenine.

Não importa quantos recursos naturais o país possa ter, enquanto o estado não devolver a economia a iniciativa privada pura e simples, este país nunca vai sair do buraco. O nosso sistema de transporte, saúde, água, electricidade, educação, etc., é um show de ineficiência a mais não poder e como seria o contrário, pergunto-me eu, se o estado, definindo-se por ser o monopólio da força como disse Hegel, a única actividade que ele exerce bem é a defesa e segurança pelo que devia especializar-se em oferecer os serviços de defesa e segurança e deixar a economia a iniciativa da livre empresa. Essa é a velha lição de Smith que foi deturpada por Keynes. Porém, não temos outra saída, cada um de nós tem que fazer mea culpa e ver onde foi que ele errou para que a coisa chegasse ao volume a que chegou e voltarmos ao caminho antigo, ao espírito clássico dos founding father’s da economia política, o qual foi muito bem encarnado pela Escola austríaca de economia e, mormente, por Ludwig Von Mises e Frederich August Kayek.

Ludwig Erhard, na Alemanha da pós-segunda guerra mundial, compreendeu isso e em 10 anos, a RFA estava de pé de novo, enquanto a sua congénere RDA se atolava numa miséria atroz. Porém, esse evento digno de ser olhado, a que chama-se “milagre alemão”, só foi possível porque Erhard entregou o destino da actividade económica as rédeas da livre empresa e, mais uma vez, a história tratou de dar razão ao Adam Smith e a Escola austríaca.

***

Às vezes, é muito difícil um estado admitir que está perdido e mesmo na escala humana individual existe essa dificuldade até que cheguemos ao ponto de nos vermos a porfiar pelas famigeradas bolotas dos porcos como naquela parábola cristã do filho pródigo. Porém, não é preciso chegar a tanto porque quando um estado começa a prodigalizar os seus recursos, isso já é suficiente como elemento de prova de que ele está perdido e que só ainda não percebeu porque está sob efeito do mosto da irresponsabilidade que graças a teoria geral de Keynes, a que Ludwig Von Mises cognominou de “pseudo-filosofia” passou a estar justificada sob a tese maluca de que “no longo prazo estaremos todos mortos” (sic).

Essa tese maluca de Keynes, mostra que ele estava se marimbando de o dó para a futura geração como quem diz: “depois de mim o dilúvio”, ou, como disse o tão celebrado Bertolt Bretch: “primeiro o meu estômago, depois a vossa moral” (sic). Ora, não existe ciência em si. Toda ciência está sujeita a uma teia de relações que lhe servem de superfície de contraste e faz com que ela se reconheça na realidade. E uma dessas superfícies de contraste da ciência é a ética ou a moral, sendo a ética como disse o Frei Josafá, a teorização da moral e a moral, por sua vez, a prática do que se teorizou.

Ora, uma proposta como “a teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro” que propõe salvar a economia matando a próxima geração é tão imoral quanto o abortismo. A primeira vista ficamos chocados quando vemos um homem da dimensão de Keynes descer tão baixo na escala do nível de consciência. Nietzsche dizia que a filosofia de um autor se reduz a sua psicologia. É claro que isso não é rigoroso mas apenas análogo, salvo naqueles casos em que o filósofo seja um louco como o próprio Nietzsche e sua obra filosófica beire a psicose e, Keynes, disso, não sai ileso. Toda sua teoria geral é pura psicose. Ele não podia estar consciente do que estava falando e aí, então, introduzimos Freud na conversa para analisarmos o id, o inconsciente de Keynes.

Toda teoria psicanalista de Freud se resume ao estudo do inconsciente. E todo esforço de apreensão do inconsciente por parte de Sigmund Freud se resume ao sexo, ou mais apropriadamente aos desejos sexuais reprimidos que ele cristalizou no seu complexo de Édipo cuja inspiração ele buscou em “o rei Édipo” de Sófocles.

Poucos estudantes de economia sabem que Keynes era homossexual. O filósofo Olavo de Carvalho, na entrevista que ele deu ao Cliff Kincaid na “America Survive TV”, estava montado na razão quando, a dadas por três, disse que o desejo sexual é egoísta por natureza e que um individuo que só pensa em seus desejos sexuais nunca será generoso. A prova disso é Keynes. Um homossexual, por definição, abdicou da possibilidade material de ter filhos porque é impossível procriar por meio do órgão excretor. Ora, porquê é que um individuo que abriu mão da possibilidade de ter filhos e que só está interessado no seu prazer sexual anal vai preocupar-se com a futura geração? Ele não tem motivos para tal.

Não pretendo que esta seja a única interpretação da frase absurda de Keynes de que, no longo prazo, todos nós estaremos mortos. Porém, esta é, indubitavelmente, uma das possibilidades de interpretação porque o homossexualismo, racismo, abortismo, sexismo, etc., não são apenas condutas mas uma cultura, ou como diz Olavo “um sistema de valores em torno do qual um povo constrói seu umaginário colectivo” (sic) e isso acaba, de certo modo, se impregnando naquilo que a filósofa política Hannah Arendt denominou de “as (3) actividades do espírito” humano daquele individuo, ou seja, acaba se impregnando na sua forma de pensar, de querer e de julgar. Quer dizer, é o império dos estereótipos e do facilmente rotulável.

ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

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