segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Salmo 23

Resultado de imagem para salmo 23
A casa do SENHOR é a sua shekinah, a sua presença, e andar na presença do SENHOR como ABRAÃO significa apenas ser sincero. Não admira que a coisa que Cristo mais condenou seja o fingimento.

1 O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

Davi usa a imagem de um pastor para se referir ao SENHOR. Se o SENHOR é pastor, então, somos suas ovelhas. No evangelho segundo São João X,10, Cristo diz: “Eu sou o bom pastor”(sic). E mais adiante, Ele explica que o bom pastor é aquele que dá sua vida pelas suas ovelhas. Cristo deu sua vida por nós, ovelhas do seu pastoreio.

E mais ainda, Ele disse que Ele é a porta e que aquele que entra por Ele, entrará, sairá e achará pastagem. Nada faltou a Davi porque o SENHOR, que era seu pastor, também era a porta aberta pela qual ele entrava e saia e achava pastagem.

Não é o pastor que segue as ovelhas. São as ovelhas que seguem o pastor. Muita coisa nos tem faltado porque não queremos seguir ao SENHOR, e ao invés disso seguimos a outros pastores mercenários de quem não são as ovelhas.

Num outro salmo, Davi diz que “uns confiam em carros, outros em cavalos e que nós, faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus” (sic). Se confiarmos nos homens, se confiarmos na força do nosso braço, conseguiremos algumas coisas na vida, mas somente confiando no SENHOR, tomando-o como nosso pastor, seguindo os seus passos é que teremos “vida e vida com abundância” (sic).

2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas

3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

Deitar em verdes pastos significa repouso. Verdes pastos são a comida das ovelhas. Quando o povo de Israel estava murmurando com Moisés porque não tinha pão, Deus lhes mandou maná e Moisés disse: “isto é para saibais que não somente de pão vive o homem mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”(sic). Por outras palavras, os verdes pastos são a palavra de Deus.

Esses pastos são verdes porque não vêm com o espírito de outras eras mas com o espírito desta era. Quando os samaritanos se recusaram a receber Jesus porque seu aspecto era como de quem ia para Jerusalém (os samaritanos não falavam com os judeus), Tiago e João perguntaram a Jesus se queria que eles fizessem descer fogo do céu como também fizera Elias ao que Jesus replicou: “vós não sabeis de que espírito sóis. O filho do homem não veio para destruir a alma dos homens mas para salvá-las” (sic). Isso é que é pasto verde.

O tempo de Abraão, Moisés, Elias, enfim, foi muito bom, mas agora, estamos num outro tempo. Aquele espírito já não nos serve hoje. É pasto seco. Cristo nos conduz, hoje, pelos pastos verdejantes.

“Guia-me mansamente as águas tranquilas”. Ele pode guiar-nos mansamente porque ele é manso. Cristo disse: “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Que águas tranquilas são essas em que a nossa alma se refrigera? Cristo disse: “aprendei de mim…” e depois disse: “tomai sobre vós o meu jugo porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve e achareis descanso para a vossa alma” (sic). Essas águas tranquilas são o fardo e o jugo do SENHOR. Esse fardo e esse jugo são os seus mandamentos.

Hoje em dia fala-se tanto em lutar pelos nossos direitos como disse Claude Le Fort: “democracia é criação de direitos” (sic). Mas Deus está dizendo, aqui, que sua alma não terá descanso, não terá refrigério, não terá paz, ao menos que você guarde os mandamentos do SENHOR, os quais não são pesados mas, sim, leves, suaves.

O que o SENHOR requer de nós? Ele somente exige que creiamos em Jesus Cristo que ele enviou e que nos amemos uns aos outros como Cristo nos amou dando sua vida por nós pelo que devemos dar cada um de nós nossa vida pelos domésticos da fé, i.e., pelos irmãos. Num artigo postado neste blog em que comento o “ensaio” do Gérson Muchevo, eu escrevi que “sem amor ao próximo não há coragem possível” de modo que somente quem ama pode dar a sua vida pelo próximo.

“Guia-me pela vereda da justiça por amor do seu nome”. O que é justiça? São João, na sua visão do Apocalipse na ilha de Patmos, viu a Nova Jerusalém adereçada como noiva para seu marido descendo do céu trajada de vestido branco. E ele disse que aquela cor branca era a justiça dos santos.

O SENHOR disse a Moisés que quem guardasse a lei viveria por ela, ou como diz São Paulo, o apóstolo, “justo não é quem prega a lei mas quem a pratica” (sic).  E na Epístola aos romanos São Paulo diz: “Mas, o justo viverá pela fé”. Quer dizer, no tempo de Davi, sob o Antigo Testamento, justo era quem guardava a lei. No Novo Testamento, justo é quem tem fé no Senhor Jesus Cristo que cumpriu a lei no nosso lugar. De modo que o caminho da justiça agora, já não é mais a lei mas, sim, “o novo e vivo caminho que ele [Cristo] nos consagrou pelo véu de sua própria carne” e esse caminho que os judeus chamavam de seita é o que nós chamamos de fé.

4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

No Evangelho segundo São Mateus está escrito que quando Jesus começou a pregar, cumpriu-se a profecia que dizia que aqueles que estavam assentados no vale da sombra da morte viram uma grande luz. Que luz era essa? Essa luz era Cristo. Ele disse: “Eu sou a luz do mundo” (sic).

Quando os israelitas estavam atravessando o abismo no meio do mar vermelho, o SENHOR estava com eles como uma coluna de fogo. Como podiam eles temer? Como podemos temer ao passarmos pelo vale da sombra da morte se temos a luz do mundo connosco para dissipar todas a trevas e transformar a escuridão em luz, a noite em dia como no primeiro dia da criação quando ele disse: “haja luz” e houve luz? Quem anda na luz não teme.

“A tua vara e o teu cajado me consolam”. O rei tem um ceptro e um pastor tem uma vara e um cajado. No salmo 2, Deus diz: “tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me e dar-te-ei as nações da terra por herança. Tu os esmigalharás com vara de ferro como a um vaso de oleiro”. Podemos pensar em vara como disciplina, correcção e castigo. Mas Davi diz, aqui, que a vara e o cajo não lhe trazem disciplina, correcção ou castigo mas, sim consolo.

Paulo explica muito bem isso na sua segunda epístola aos coríntios. Ele diz que nenhuma correcção produz gozo no princípio. Mas no fim, ao nos fazer participes da santidade de Deus e nos livrar da perdição, ela produz consolação. A vara da repreensão do SENHOR, a vara da sua correcção, da sua disciplina e do seu castigo são para nos tornar sadios na fé e isso traz consolação no fim apesar de no princípio nos trazer tristeza.

5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Davi tinha muitos inimigos. Seus inimigos eram de carne e osso. Porém, hoje, o espírito é outro como disse o próprio Cristo. São Paulo diz que “nossa luta não é contra a carne ou contra o sangue mas contra os principados, potestades e dominadores deste século mau”. Ele estava falando de Satanás e seus demónios.

O SENHOR vai preparar uma mesa para nós diante dos espíritos malignos que saem a pleitear contra nós. Quer dizer, o SENHOR transformará nossa guerra em festa. Quando falamos da mesa do SENHOR nos referimos a comunhão, a santa ceia, em que comemos o corpo do Senhor e bebemos do seu sangue.

Quando o inimigo sair contra nós, o SENHOR já nos preparou uma mesa. Ele já nos deu seu corpo e seu sangue. Participemos disso diante dos nossos inimigos e o SENHOR pelejará por nós. O apóstolo Jorge Tadeu disse que costuma tomar a comunhão para desfazer toda bruxaria.

“Unges minha cabeça com óleo. O meu cálice transborda”. São João na sua primeira epístola fala da unção do Santo que nos ensina todas as coisas. Ele está falando do “Espírito da verdade que o mundo não pode receber porque não o vê e não o conhece mas vós o vedes e o conhecêsseis porque habita convosco e estará em vós”(sic).

Quando Samuel, o profeta, ungiu Davi com óleo, a partir daquele dia, o Espírito do SENHOR passou a incitá-lo. Ele não recebeu um pouquinho de óleo na cabeça, ele o recebeu abundantemente no cálice do seu coração até que este se pôs a transbordar. O SENHOR prometeu no livro de Joel derramar copiosamente do seu Espírito sobre toda a carne de judeus e gentios nos últimos dias.

6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

Não temos que andar atrás da bondade e da misericórdia. São a bondade e a misericórdia que devem andar atrás de nós. Mas para que isso aconteça, o Espírito do SENHOR deve estar sobre nós como uma casa edificada no cimo de uma montanha ou como uma lâmpada no velador.

“E habitarei na casa do SENHOR por longos dias”. Qual é a casa do SENHOR? Isaías, o profeta, diz: “assim diz o SENHOR: o céu é o meu trono e a terra, o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis vós”? Davi não estava a falar do tabernáculo. De modo nenhum. Davi vivia em sua casa de cedro e não no tabernáculo até porque também ele era da tribo de Judá e não da tribo de Levi, a tribo dos sacerdotes como Moisés e Arão.

A palavra “casa” é usada neste versículo no sentido figurado para se referir a shekinah, i.e., para se referir a presença do altíssimo como ele disse para Abraão: “ande em minha presença e sê perfeito” (sic), ou seja, seja sincero. Isso é que é andar na presença de Deus, o que nosso antepassado Adão e Eva não conseguiram fazer porque ao invés de confessarem a Deus o pecado que cometeram trataram de se auto-inculpar ao mesmo tempo que colocavam a culpa nos outros. Não admira que a coisa que Cristo mais condenou seja a hipocrisia, o fingimento.

ESCRITO POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário