A
casa do SENHOR é a sua shekinah, a
sua presença, e andar na presença do SENHOR como ABRAÃO significa apenas ser
sincero. Não admira que a coisa que Cristo mais condenou seja o fingimento.
1 O SENHOR é o meu pastor, nada me
faltará.
Davi
usa a imagem de um pastor para se referir ao SENHOR. Se o SENHOR é pastor, então,
somos suas ovelhas. No evangelho segundo São João X,10, Cristo diz: “Eu sou o
bom pastor”(sic). E mais adiante, Ele explica que o bom pastor é aquele que dá
sua vida pelas suas ovelhas. Cristo deu sua vida por nós, ovelhas do seu
pastoreio.
E
mais ainda, Ele disse que Ele é a porta e que aquele que entra por Ele,
entrará, sairá e achará pastagem. Nada faltou a Davi porque o SENHOR, que era
seu pastor, também era a porta aberta pela qual ele entrava e saia e achava
pastagem.
Não
é o pastor que segue as ovelhas. São as ovelhas que seguem o pastor. Muita coisa
nos tem faltado porque não queremos seguir ao SENHOR, e ao invés disso seguimos
a outros pastores mercenários de quem não são as ovelhas.
Num
outro salmo, Davi diz que “uns confiam em carros, outros em cavalos e que nós, faremos
menção do nome do SENHOR nosso Deus” (sic). Se confiarmos nos homens, se
confiarmos na força do nosso braço, conseguiremos algumas coisas na vida, mas
somente confiando no SENHOR, tomando-o como nosso pastor, seguindo os seus
passos é que teremos “vida e vida com abundância” (sic).
2 Deitar-me faz em verdes pastos,
guia-me mansamente a águas tranquilas
3 Refrigera a minha alma; guia-me
pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Deitar
em verdes pastos significa repouso. Verdes pastos são a comida das ovelhas. Quando
o povo de Israel estava murmurando com Moisés porque não tinha pão, Deus lhes
mandou maná e Moisés disse: “isto é para saibais que não somente de pão vive o
homem mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”(sic). Por outras palavras,
os verdes pastos são a palavra de Deus.
Esses
pastos são verdes porque não vêm com o espírito de outras eras mas com o espírito
desta era. Quando os samaritanos se recusaram a receber Jesus porque seu
aspecto era como de quem ia para Jerusalém (os samaritanos não falavam com os
judeus), Tiago e João perguntaram a Jesus se queria que eles fizessem descer
fogo do céu como também fizera Elias ao que Jesus replicou: “vós não sabeis de
que espírito sóis. O filho do homem não veio para destruir a alma dos homens
mas para salvá-las” (sic). Isso é que é pasto verde.
O
tempo de Abraão, Moisés, Elias, enfim, foi muito bom, mas agora, estamos num
outro tempo. Aquele espírito já não nos serve hoje. É pasto seco. Cristo nos
conduz, hoje, pelos pastos verdejantes.
“Guia-me mansamente as
águas tranquilas”. Ele pode guiar-nos mansamente porque ele
é manso. Cristo disse: “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Que
águas tranquilas são essas em que a nossa alma se refrigera? Cristo disse: “aprendei
de mim…” e depois disse: “tomai sobre vós o meu jugo porque o meu jugo é suave
e o meu fardo é leve e achareis descanso para a vossa alma” (sic). Essas águas
tranquilas são o fardo e o jugo do SENHOR. Esse fardo e esse jugo são os seus
mandamentos.
Hoje
em dia fala-se tanto em lutar pelos nossos direitos como disse Claude Le Fort: “democracia
é criação de direitos” (sic). Mas Deus está dizendo, aqui, que sua alma não terá
descanso, não terá refrigério, não terá paz, ao menos que você guarde os mandamentos
do SENHOR, os quais não são pesados mas, sim, leves, suaves.
O
que o SENHOR requer de nós? Ele somente
exige que creiamos em Jesus Cristo que ele enviou e que nos amemos uns aos
outros como Cristo nos amou dando sua vida por nós pelo que devemos dar
cada um de nós nossa vida pelos domésticos da fé, i.e., pelos irmãos. Num artigo
postado neste blog em que comento o “ensaio”
do Gérson Muchevo, eu escrevi que “sem amor ao próximo não há coragem possível”
de modo que somente quem ama pode dar a sua vida pelo próximo.
“Guia-me pela vereda da
justiça por amor do seu nome”. O que é justiça? São João,
na sua visão do Apocalipse na ilha de Patmos, viu a Nova Jerusalém adereçada
como noiva para seu marido descendo do céu trajada de vestido branco. E ele
disse que aquela cor branca era a justiça dos santos.
O
SENHOR disse a Moisés que quem guardasse a lei viveria por ela, ou como diz São
Paulo, o apóstolo, “justo não é quem prega a lei mas quem a pratica” (sic). E na Epístola aos romanos São Paulo diz: “Mas,
o justo viverá pela fé”. Quer dizer, no tempo de Davi, sob o Antigo Testamento,
justo era quem guardava a lei. No Novo Testamento, justo é quem tem fé no
Senhor Jesus Cristo que cumpriu a lei no nosso lugar. De modo que o caminho da
justiça agora, já não é mais a lei mas, sim, “o novo e vivo caminho que ele [Cristo]
nos consagrou pelo véu de sua própria carne” e esse caminho que os judeus chamavam
de seita é o que nós chamamos de fé.
4 Ainda que eu andasse pelo vale da
sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o
teu cajado me consolam.
No
Evangelho segundo São Mateus está escrito que quando Jesus começou a pregar,
cumpriu-se a profecia que dizia que aqueles que estavam assentados no vale da
sombra da morte viram uma grande luz. Que luz era essa? Essa luz era Cristo. Ele
disse: “Eu sou a luz do mundo” (sic).
Quando
os israelitas estavam atravessando o abismo no meio do mar vermelho, o SENHOR
estava com eles como uma coluna de fogo. Como podiam eles temer? Como podemos
temer ao passarmos pelo vale da sombra da morte se temos a luz do mundo
connosco para dissipar todas a trevas e transformar a escuridão em luz, a noite
em dia como no primeiro dia da criação quando ele disse: “haja luz” e houve
luz? Quem anda na luz não teme.
“A tua vara e o teu
cajado me consolam”. O rei tem um ceptro e um pastor tem uma
vara e um cajado. No salmo 2, Deus diz: “tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me
e dar-te-ei as nações da terra por herança. Tu os esmigalharás com vara de
ferro como a um vaso de oleiro”. Podemos pensar em vara como disciplina, correcção
e castigo. Mas Davi diz, aqui, que a vara e o cajo não lhe trazem disciplina, correcção
ou castigo mas, sim consolo.
Paulo
explica muito bem isso na sua segunda epístola aos coríntios. Ele diz que
nenhuma correcção produz gozo no princípio. Mas no fim, ao nos fazer participes
da santidade de Deus e nos livrar da perdição, ela produz consolação. A vara da
repreensão do SENHOR, a vara da sua correcção, da sua disciplina e do seu
castigo são para nos tornar sadios na fé e isso traz consolação no fim apesar de
no princípio nos trazer tristeza.
5 Preparas uma mesa perante mim na
presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice
transborda.
Davi
tinha muitos inimigos. Seus inimigos eram de carne e osso. Porém, hoje, o
espírito é outro como disse o próprio Cristo. São Paulo diz que “nossa luta não
é contra a carne ou contra o sangue mas contra os principados, potestades e
dominadores deste século mau”. Ele estava falando de Satanás e seus demónios.
O
SENHOR vai preparar uma mesa para nós diante dos espíritos malignos que saem a
pleitear contra nós. Quer dizer, o SENHOR transformará nossa guerra em festa. Quando
falamos da mesa do SENHOR nos referimos a comunhão, a santa ceia, em que
comemos o corpo do Senhor e bebemos do seu sangue.
Quando
o inimigo sair contra nós, o SENHOR já nos preparou uma mesa. Ele já nos deu
seu corpo e seu sangue. Participemos disso diante dos nossos inimigos e o
SENHOR pelejará por nós. O apóstolo Jorge Tadeu disse que costuma tomar a comunhão
para desfazer toda bruxaria.
“Unges minha cabeça com
óleo. O meu cálice transborda”. São João na sua primeira
epístola fala da unção do Santo que nos ensina todas as coisas. Ele está
falando do “Espírito da verdade que o mundo não pode receber porque não o vê e não
o conhece mas vós o vedes e o conhecêsseis porque habita convosco e estará em
vós”(sic).
Quando
Samuel, o profeta, ungiu Davi com óleo, a partir daquele dia, o Espírito do
SENHOR passou a incitá-lo. Ele não recebeu um pouquinho de óleo na cabeça, ele
o recebeu abundantemente no cálice do seu coração até que este se pôs a
transbordar. O SENHOR prometeu no livro de Joel derramar copiosamente do seu
Espírito sobre toda a carne de judeus e gentios nos últimos dias.
6 Certamente que a bondade e a
misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do
SENHOR por longos dias.
Não
temos que andar atrás da bondade e da misericórdia. São a bondade e a
misericórdia que devem andar atrás de nós. Mas para que isso aconteça, o
Espírito do SENHOR deve estar sobre nós como uma casa edificada no cimo de uma
montanha ou como uma lâmpada no velador.
“E habitarei na casa do
SENHOR por longos dias”. Qual é a casa do SENHOR? Isaías, o
profeta, diz: “assim diz o SENHOR: o céu é o meu trono e a terra, o escabelo
dos meus pés. Que casa me edificareis vós”? Davi não estava a falar do tabernáculo.
De modo nenhum. Davi vivia em sua casa de cedro e não no tabernáculo até porque
também ele era da tribo de Judá e não da tribo de Levi, a tribo dos sacerdotes
como Moisés e Arão.
A
palavra “casa” é usada neste versículo no sentido figurado para se referir a shekinah, i.e., para se referir a presença
do altíssimo como ele disse para Abraão: “ande em minha presença e sê perfeito”
(sic), ou seja, seja sincero. Isso é que é andar na presença de Deus, o que
nosso antepassado Adão e Eva não conseguiram fazer porque ao invés de
confessarem a Deus o pecado que cometeram trataram de se auto-inculpar ao mesmo
tempo que colocavam a culpa nos outros. Não admira que a coisa que Cristo mais
condenou seja a hipocrisia, o fingimento.
ESCRITO
POR|XADREQUE SOUSA|shathreksousa@gmail.com
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