quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

É o aborto um direito?

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Ao afirmar que a mulher tem o direito de dispor do seu corpo como bem lhe apetecer, os abortistas estão afirmando que o feto é um membro do corpo da mulher e que ela pode livrar-se dele tão facilmente como quem corta o cabelo ou a unha. O feto não é um membro do corpo da mulher. Ademais, nenhuma mulher produz um feto sozinho. Isso é biologia elementar.


“A mulher tem o direito de fazer com seu corpo o que ela quiser.”-dizem os abortistas. Assim, toda mulher tem o direito de abortar. Esta é a conclusão desse silogismo.

Comecemos analisando essa questão nos interrogando acerca do direito. Segundo Simone weil, “direito é o dever de outrem”. Por outras palavras, quando dizemos que uma criança tem direito a educação estamos dizendo que alguém tem a obrigação de educá-la. Numa sociedade como as sociedades pré-cristãs em que apenas os sacerdotes e os oradores sabiam ler e escrever você dizer que toda criança tem direito a saber ler e escrever seria um absurdo.

Nestes tempos crepusculares da civilização ocidental, todo mundo só fala em direitos. Essa febre começou com a declaração de direitos na França que resultou em toda aquela matança que conhecemos e que ainda não foi superada até hoje, tendo transformado a França na potência de terceira classe que ela é hoje. As pessoas estão tão ávidas de direito que o filósofo francês Claude Leforte chegou a afirmar que a democracia é uma constante criação de direito e nós já nos debruçamos sobre esse assunto em outro artigo pelo que não vamos nos repetir.

Se a mulher ou um homem tem direito sobre o seu próprio corpo, essa é uma questão que tem que ser bem analisada porque se ela for tratada sem muito cuidado pode conduzir a mais problemas do que solução. Por exemplo, diante de um consumidor de drogas, será que podemos afirmar que ele tem o direito de dispor do seu próprio corpo como quiser? Será que diante de uma prostituta ou uma adúltera seria sensato afirmarmos que ela tem direito de fazer com o seu corpo o que quiser?

Ao afirmar que a mulher tem o direito de dispor do seu corpo como bem lhe apetecer, os abortistas estão afirmando que o feto é um membro do corpo da mulher e que ela pode livrar-se dele tão facilmente como quem corta o cabelo ou a unha. O feto não é um membro do corpo da mulher. Ademais, nenhuma mulher produz um feto sozinho. Isso é biologia elementar. Não é preciso ser um Claude Bernard para perceber que o feto e a mãe são entes distintos.

Não quero com isso dizer que sou contra o aborto. A questão não é essa. O que me interessa como homem de estudo é compreender e captar as conexões ou implicações de sentido da realidade. Se uma mulher quiser abortar que aborte, porém, não precisa de tentar fundamentar essa acção em falsas teorias, em falsos consolos, que para nada servem senão para lançar mais confusão.

Numa conferência sobre a pena de morte, o filósofo espanhol Julían Marias disse que não podia ser a favor da pena de morte porque ele não sabia o que era morrer e, portanto não podia fazer apologia de algo que ele não sabia o que era. É a mesma coisa com o aborto. Nunca nenhum de nós foi abortado e é  muito fácil falar de aborto.

Há o aborto espontâneo. É por isso que eu disse que não podia ser contra o aborto tomado em si mesmo. Há, porém, um aborto provocado, quer dizer, uma mulher vive uma vida promíscua, engravida, e acha que vai resolver isso simplesmente abortando. Isso é que é inaceitável. 

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