terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Lei da procura e da oferta

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O mercado existe por causa da oposição entre procura e oferta. Sem uma dessas forças o mercado corrompe-se. Os bens, se forem normais, obedecem a lei da procura e da oferta. Porém, os bens que não são normais não são abarcadas e nem subordinadas por elas.

Não se pode falar do mercado sem se falar da lei da procura e da oferta. Aliás, o mercado é a lei da procura e da oferta, ou seja procura e oferta.

Segundo o Barão de Montesquieu, uma lei é uma relação necessária que resulta da natureza das coisas (cf.L’Esprit de Loi). Portanto, as leis pendem de um colocar-se perante o outro, ou seja, de uma oposição e há uma oposição entre procura e oferta.

O termo procura também sido substituído pelo termo demanda que é um termo de origem inglesa demand que quer dizer procura. Os brasileiros usam mais o termo demanda e os portugueses falam mais de procura, porém, esses dois termos querem referir-se a uma mesma coisa, a um mesmo acto humano que, neste caso, é um acto económico, um acto ético.

Sem procura e sem oferta não temos mercado. Se tivermos apenas procura teremos um mercado incompleto. Se tivermos apenas oferta teremos também um mercado incompleto de modo que o mercado só pode ser considerado completo se houver a actuação sucessiva dessas duas forças de mercado, a procura e a oferta.

No mercado temos procura e temos oferta. A procura obedece a uma lei, a lei da procura. A oferta obedece por sua vez a uma lei que é a lei da oferta. Sabemos, contudo, que os bens económicos que são aqueles bens que tem uma utilidade e utilidade entende-se aqui no sentido de capacidade de gerar satisfação por um bem que é fruto ou produto do acto humano e, portanto, da cultura humana, esses bens económicos são, por sua vez, diversos.

Por outras palavras, nem todos os bens económicos são idênticos. Na verdade, os bens económicos são distintos e, por conseguinte, diversos. Há aqueles bens económicos que classificamos como normais e aqueles que classificamos como não normais para não usarmos o termo anormal.

Um bem económico normal seria aquele que obedece a lei da procura e da oferta como conhecemos, ou seja, um bem económico normal seria aquele que obedece a lei da procura com inclinação negativa e a lei da oferta trata-se daquela que obedece a lei da oferta com inclinação positiva. Quando falamos de inclinação aqui estamos apenas usando uma linguagem geométrica e isso significa que estamos em sede de uma operação abstractiva da nossa razão, que é, pois, a abstracção do segundo grau que é aquela que abstrai do ente toda matéria singular e sensível e toma o ente apenas nos seus aspectos extensivos ou extensistas. Quando essa extensão é uma extensão contínua temos as figuras geométricas e quando ela é discreta ou descontínua temos os arithmoi mathematikoi, ou seja, os números da Matemática.

Os bens económicos classificados como normais obedecem a essas duas leis anteriores, ou seja, a lei da procura e da oferta. A lei da procura postula que o aumento do preço de um bem ou serviço provoca a redução das quantidades procuradas desse bem ou serviço, coeteris paribus e a lei da oferta postula que o aumento do preço de um bem ou serviço provoca o aumento das quantidades oferecidas dos bens ou serviços.

Se um bem económico não obedece a lei da procura e da oferta conforme enunciamos a pouco, esse bem económico é classificado como um bem económico anormal como sucede com os bens inferiores e os bens superiores, os quais obedecem a uma outra lei.

Quando olhamos para a lei da procura e para a lei da oferta notamos que elas se dão ou apontam para tendências diferentes como se houvesse duas escadas em que uma subisse – essa seria a lei da oferta e uma que descesse e essa seria a lei da procura de modo que há uma antinomia entre a procura e a oferta.

O termo antinomia vem de duas palavras gregas, a saber: anti, que quer dizer contra e nomos, que quer dizer lei. Portanto, são leis que estabelecem entre si uma fricção, uma oposição, porque elas se ob põe, ou seja, uma se põe perante a outra e é isso que caracteriza propriamente a existência ou a existencialidade do mercado.

Sem essa oposição entre procura e oferta não haveria mercado ou seja o mercado não existiria, não teria ex-sistencia, não teria um sistere ex, ou seja não se daria fora de suas causas.

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