A tendência dos
homens procurarem sempre o máximo de benefício com o mínimo de custo é, na
verdade, uma lei universal que está presente não apenas na economia mas também
em toda a natureza.
Porém, devido a
capacidade de frustrabilidade do homem, esse pode também buscar o mínimo
benefício, caindo, assim, no irracionalismo económico.
A racionalidade económica, diz-se, consiste em
conseguir o máximo de benefício com o mínimo de custo. Então, temos aqui um
máximo e um mínimo. E mais ainda, temos que para termos um máximo temos que ter
um mínimo.
A tendência dos homens procurarem sempre o máximo de
benefício com o mínimo de custo é, na verdade, uma lei universal que está
presente não apenas na economia mas também em toda a natureza e, portanto, nas
ciências da natureza como a física, a química, a biologia, etc. de modo que há
uma economia da física, uma economia da química, uma economia biológica, enfim,
uma economia da natureza que é esse tender da natureza sempre para o máximo com
recurso a um mínimo de custo.
Embora a tendência que estamos aqui analisando seja
uma lei universal, isso não significa que ela se aplica de modo, digamos,
homogéneo, em todas as situações particulares e concretas. De modo nenhum e
principalmente quando se refere ao campo da praxis, da pragmática humana, da acção humana como a economia por
causa da liberdade que nasce com o homem e que lhe permite dizer “NÃO” a
natureza e, portanto, frustrar o seu curso normal.
Por outras palavras, nem sempre o homem vai buscar o
máximo benefício com o mínimo de custo. Ele também poderá buscar o mínimo benefício.
Ele também poderá buscar o máximo custo. Poderão alguns chamar a isso de um
comportamento irracional do homem, porém, nem sempre isso se aplica como
verdadeiro. De modo que dizer que o homem busca sempre essa lei universal,
sempre e em toda a parte, independentemente das circunstâncias de que ele se vê
cercado é imaginar que todas as circunstâncias humanas são iguais.
Já dizia Ortega y Gasset: “eu sou eu e a minha
circunstância”. Então, o homem faz a sua circunstância e do confronto dessa lei
universal com a sua circunstância ele escolhe, como diria Buda, “o caminho do
meio”. Isso é que se chama exercer a sabedoria.
Se o homem agisse de uma maneira homogénea sempre
colocado em idênticas circunstâncias, ele não seria homem. Ele seria apenas uma
máquina cartesiana. Isso não significa que negamos ao homem a sua
materialidade. Muito pelo contrário. Nós reconhecemos no homem o seu aspecto
mineral, vegetal, animal. Porém, o homem não é apenas isso. O homem é também e
muito mais a superação de tudo isso.
Quando dizemos que o homem é transcendental não
queremos dizer que ele está privado de materialidade mas que, pelo exercício da
razão, ele abarca e subordina a matéria, transcendendo-a dentro, claro, dos
limites das notas que compõe a sua hominilidade ou a sua humanidade, se
quisermos.
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