O termo mais
apropriado para designar os neopentecostais é escândalo. Isso é o que eles
estão fazendo e isso é o que eles representam e não pensem que eles vão se
arrepender disso porque eles não vão pois Judas (não o Iscariotes) diz acerca
deles que eles são como animais irracionais feitos para serem apanhados pelas
armadilhas e serem mortos.
Hoje todo mundo sabe que a igreja gravita em torno
do dinheiro. Esse é o seu eixo. Isso não significa que a igreja, a qual Cristo
fundou sobre a pedra da Fé e que sobre ela disse que as portas do inferno não
iriam prevalecer tenha no dinheiro o seu eixo. De modo nenhum. Quando
examinamos a vida dos primeiros Cristãos não vemos isso. Quando examinamos a
vida dos chamados pais da igreja na Patrística de que Sto.Agostinho foi a maior
figura não vemos isso. Na escolástica também não vemos isso.
Quando olhamos para os reformadores como Lutero,
Zwinglio, Wycliff, Calvino, Lutero, etc., não vemos isso. Quando olhamos para
os pentecostais também não vemos isso. Isso não quer dizer que não tenha ávido
aqui e ali algum episódio isolado de simonia ao longo da história da igreja dos
apóstolos até aos pentecostais da rua Azuza. Contudo, não há comparação com o
que fazem os neopentecostais de modo que se houve no período que vai entre os
apóstolos até os pentecostais algum sinal de simonia, este foi, então, a partir
do século XX ampliado um milhão de vezes.
Qual é o movimento religioso que domina hoje entre
os protestantes? É o neo-pentecostalismo. Qual é o foco desse movimento?
Prosperidade. É claro que há um outro movimento paralelo que é conhecido como
terceira onda (bênção de Toronto) cuja marca indelével é a chamada experiência
de cair no poder de Deus que começou com a Evangelista norte-americana Katryn
Khulman e cuja maior cabeça hoje em dia é o pastor Benny Hinn.
Num outro artigo poderemos falar sobre o movimento
terceira onda e seu cair no poder de Deus, porém, neste artigo nos interessa
tratar do neopentecostalismo e sua teologia da prosperidade.
O termo teologia vem de theos = Deus e logos =
teoria, estudo, ciência. Portanto, na sua definição formal podemos dizer que a
teologia é a teoria geral de Deus que divide-se em teologia natural e teologia
religiosa. A teologia natural vai procurar escrutar as questões concernentes a
Deus tendo como a única ferramenta a luz natural da razão enquanto a teologia
religiosa vai fazê-lo com recurso a revelação grafada nos livros sagrados das
diversas religiões.
Então, a teologia da prosperidade vai ser aquela que
defende que Jesus Cristo veio ao mundo e morreu para que os crentes se
tornassem ricos. Eles pregam que os apóstolos foram homens de negócio e que
eram, portanto, ricos. Eles pregam que a pobreza é sinónimo de maldição de
Deus. Eles pregam que para Deus mudar a sua vida, enriquecê-lo, você tem que
dar dinheiro na igreja, doar seu carro, sua casa, seus bens para a igreja, não
importando o nome que dão a isso, se é oferta, dízimo, voto, sacrifício,
fogueira santa, carnê ungido, etc. O principal artigo de fé dos neopentecostais
é Malaquias 3:10 que fala sobre trazer os dízimos a casa do tesouro.
Para lograr seus intentos os pregadores da teologia
da prosperidade servem-se de tudo até mesmo de ameaças com fogo do inferno para
quem não for dizimista e os incautos e inconstantes ficam presas nas garras
desses monstros humanos. S.Paulo, na Epístola aos Gálatas e S.João, no Apocalipse,
apresentam uma lista minuciosa das pessoas que vão para o inferno e em nenhum
dos casos fala-se que o não dizimista vai para o inferno. De onde eles foram
tirar isso?
Eles dizem: os ladroes vão para o inferno (Isso é verdade)/
quem não paga dízimo é ladrão porque está roubando a Deus/logo quem não paga dízimo
vai para o inferno.
Olhando as coisas assim até parece bem demonstrado
com rigor lógico a condenação dos não dizimistas. Porém, voltemos ao contexto
de Malaquias 3:10. Malaquias estava se dirigindo a quem? Aos judeus ou aos
gentios? Aos judeus, certamente, porque a lei e os profetas vieram para os
judeus. Logo, os gentios estavam desobrigados desse mandamento.
Não apenas isso. Os gentios nem sequer podiam entrar
no templo para não profaná-lo.
Terceiro, quem recebia os dízimos eram os sacerdotes
segundo a ordem de Arão e todos eles eram da tribo de Levi. Na Epístola aos
Hebreus, S.Paulo diz que é por isso que Jesus não recebeu dízimo de ninguém.
Não somente Jesus não recebeu dízimos mas os seus apóstolos também nunca o
fizeram. Você pode ler todo novo testamento e vai ver que a igreja nunca
recebeu dízimo de ninguém. Contudo, como judeus eles pagaram dízimo porque
Jesus disse que eles tinham que fazer isso ao se dirigir aos fariseus (judeus).
Sendo nós gentios não é preciso ser um génio da
lâmpada para saber que a possibilidade de sermos levitas está totalmente
descartada. Se não somos levitas, logo não somos sacerdotes segundo a ordem de
Arão a quem Deus ordenou por meio de Moisés receber o dízimo de seus irmãos nesta
vida, logo com que legitimidade pedimos e recebemos dízimo?
Quinto: a casa do tesouro se referia ao templo que
fora construído por Salomão depois destruído por Nabucodonozor e reconstruído
novamente. Não se refere a igreja universal, nem a igreja católica, nem a
igreja mundial, metodista, etc.
Esse amor ao dinheiro é tão grande que leva esses
lunáticos a falsificarem a verdadeira palavra de Deus como o dizer que o fruto
proibido era dízimo, que a mulher de Potifar era dízimo, que Jesus era o dízimo
de Deus. Eles vêem dízimo em tudo. A loucura é tamanha que um pastor que, por
acaso, foi meu pastor, chegou a dizer que o dízimo era o primeiro mandamento de
Deus. Quer dizer, o primeiro mandamento já não é amar a Deus sobre todas as
coisas mas pagar o dízimo. Ora, só isso já dá para ver quem é o deus dessa gente que não é o Deus da Bíblia
mas mamóm, o deus das riquezas. É isso que eles cultuam julgando que estão
cultuando a Deus.
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