sábado, 10 de fevereiro de 2018

DÍZIMO E INFERNO

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O termo mais apropriado para designar os neopentecostais é escândalo. Isso é o que eles estão fazendo e isso é o que eles representam e não pensem que eles vão se arrepender disso porque eles não vão pois Judas (n­ão o Iscariotes) diz acerca deles que eles são como animais irracionais feitos para serem apanhados pelas armadilhas e serem mortos.


Hoje todo mundo sabe que a igreja gravita em torno do dinheiro. Esse é o seu eixo. Isso não significa que a igreja, a qual Cristo fundou sobre a pedra da Fé e que sobre ela disse que as portas do inferno não iriam prevalecer tenha no dinheiro o seu eixo. De modo nenhum. Quando examinamos a vida dos primeiros Cristãos não vemos isso. Quando examinamos a vida dos chamados pais da igreja na Patrística de que Sto.Agostinho foi a maior figura não vemos isso. Na escolástica também não vemos isso.

Quando olhamos para os reformadores como Lutero, Zwinglio, Wycliff, Calvino, Lutero, etc., não vemos isso. Quando olhamos para os pentecostais também não vemos isso. Isso não quer dizer que não tenha ávido aqui e ali algum episódio isolado de simonia ao longo da história da igreja dos apóstolos até aos pentecostais da rua Azuza. Contudo, não há comparação com o que fazem os neopentecostais de modo que se houve no período que vai entre os apóstolos até os pentecostais algum sinal de simonia, este foi, então, a partir do século XX ampliado um milhão de vezes.

Qual é o movimento religioso que domina hoje entre os protestantes? É o neo-pentecostalismo. Qual é o foco desse movimento? Prosperidade. É claro que há um outro movimento paralelo que é conhecido como terceira onda (bênção de Toronto) cuja marca indelével é a chamada experiência de cair no poder de Deus que começou com a Evangelista norte-americana Katryn Khulman e cuja maior cabeça hoje em dia é o pastor Benny Hinn.

Num outro artigo poderemos falar sobre o movimento terceira onda e seu cair no poder de Deus, porém, neste artigo nos interessa tratar do neopentecostalismo e sua teologia da prosperidade.

O termo teologia vem de theos = Deus e logos = teoria, estudo, ciência. Portanto, na sua definição formal podemos dizer que a teologia é a teoria geral de Deus que divide-se em teologia natural e teologia religiosa. A teologia natural vai procurar escrutar as questões concernentes a Deus tendo como a única ferramenta a luz natural da razão enquanto a teologia religiosa vai fazê-lo com recurso a revelação grafada nos livros sagrados das diversas religiões.

Então, a teologia da prosperidade vai ser aquela que defende que Jesus Cristo veio ao mundo e morreu para que os crentes se tornassem ricos. Eles pregam que os apóstolos foram homens de negócio e que eram, portanto, ricos. Eles pregam que a pobreza é sinónimo de maldição de Deus. Eles pregam que para Deus mudar a sua vida, enriquecê-lo, você tem que dar dinheiro na igreja, doar seu carro, sua casa, seus bens para a igreja, não importando o nome que dão a isso, se é oferta, dízimo, voto, sacrifício, fogueira santa, carnê ungido, etc. O principal artigo de fé dos neopentecostais é Malaquias 3:10 que fala sobre trazer os dízimos a casa do tesouro.

Para lograr seus intentos os pregadores da teologia da prosperidade servem-se de tudo até mesmo de ameaças com fogo do inferno para quem não for dizimista e os incautos e inconstantes ficam presas nas garras desses monstros humanos. S.Paulo, na Epístola aos Gálatas e S.João, no Apocalipse, apresentam uma lista minuciosa das pessoas que vão para o inferno e em nenhum dos casos fala-se que o não dizimista vai para o inferno. De onde eles foram tirar isso?

Eles dizem: os ladroes vão para o inferno (Isso é verdade)/ quem não paga dízimo é ladrão porque está roubando a Deus/logo quem não paga dízimo vai para o inferno.

Olhando as coisas assim até parece bem demonstrado com rigor lógico a condenação dos não dizimistas. Porém, voltemos ao contexto de Malaquias 3:10. Malaquias estava se dirigindo a quem? Aos judeus ou aos gentios? Aos judeus, certamente, porque a lei e os profetas vieram para os judeus. Logo, os gentios estavam desobrigados desse mandamento.

Não apenas isso. Os gentios nem sequer podiam entrar no templo para não profaná-lo.

Terceiro, quem recebia os dízimos eram os sacerdotes segundo a ordem de Arão e todos eles eram da tribo de Levi. Na Epístola aos Hebreus, S.Paulo diz que é por isso que Jesus não recebeu dízimo de ninguém. Não somente Jesus não recebeu dízimos mas os seus apóstolos também nunca o fizeram. Você pode ler todo novo testamento e vai ver que a igreja nunca recebeu dízimo de ninguém. Contudo, como judeus eles pagaram dízimo porque Jesus disse que eles tinham que fazer isso ao se dirigir aos fariseus (judeus).

Sendo nós gentios não é preciso ser um génio da lâmpada para saber que a possibilidade de sermos levitas está totalmente descartada. Se não somos levitas, logo não somos sacerdotes segundo a ordem de Arão a quem Deus ordenou por meio de Moisés receber o dízimo de seus irmãos nesta vida, logo com que legitimidade pedimos e recebemos dízimo?

Quinto: a casa do tesouro se referia ao templo que fora construído por Salomão depois destruído por Nabucodonozor e reconstruído novamente. Não se refere a igreja universal, nem a igreja católica, nem a igreja mundial, metodista, etc.

Esse amor ao dinheiro é tão grande que leva esses lunáticos a falsificarem a verdadeira palavra de Deus como o dizer que o fruto proibido era dízimo, que a mulher de Potifar era dízimo, que Jesus era o dízimo de Deus. Eles vêem dízimo em tudo. A loucura é tamanha que um pastor que, por acaso, foi meu pastor, chegou a dizer que o dízimo era o primeiro mandamento de Deus. Quer dizer, o primeiro mandamento já não é amar a Deus sobre todas as coisas mas pagar o dízimo. Ora, só isso já dá para ver quem é o  deus dessa gente que não é o Deus da Bíblia mas mamóm, o deus das riquezas. É isso que eles cultuam julgando que estão cultuando a Deus.

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