sábado, 10 de fevereiro de 2018

NEGRITUDE E PANAFRICANISMO

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A negritude e o panafricanismo defendem a unidade dos negros: unidade cultural e unidade política. Só se pode unir as culturas tomando o que delas há de semelhante e rejeitando o que nelas há de diferente. Como é que se fará essa unidade? Se fará uma unidade transcendental ou uma unidade imanente? Uma unidade transcendental requer identificar em cada cultura o que nelas há de universal. Se for impossível unificar as culturas por cima, a única coisa que sobra é unificá-las por baixo.


Na filosofia, as principais correntes se destacam e são a negritude e o panafricanismo.

Devemos ter o cuidado de não confundir uma coisa com outra.

A negritude é um movimento cultural enquanto o panafricanismo é um movimento político.

A negritude foi criado por Aimé César. A obra que esteve na génese desse movimento é o “cahier d´un retour au pay natale”.

A negritude defende a unidade dos negros. O panafricanismo defende a unidade dos negros. Só que um defende a unidade cultural e outro a unidade política.

Cultura tal como definida por Olavo de Carvalho é um sistema de valores em torno do qual um povo constrói seu imaginário colectivo.

Unificar ou seja alcançar a unidade cultura num continente eivado de uma diversidade, de uma multiplicidade cultural é um desafio tão grande que não pode ser realizado por um único homem e muito menos num espaço curto de tempo.

Só se pode unir as culturas tomando o que delas há de semelhante e rejeitando o que nelas há de diferente. Agora, imaginemos que seja possível fazer essa unidade cultural o que eu não nego, como é que ela será feita?

Se fará uma unidade transcendental ou uma unidade imanente? Uma unidade transcendental requer identificar em cada cultura o que nelas há de universal. Sem a presença ou a adsência de um elemento que, estando na cultura, seja superior a cultura nenhuma unidade transcendental pode se dar nas culturas. Neste caso, uma vez dada a impossibilidade de unificar as culturas por cima a única coisa que sobra é unificá-las por baixo mas não baixo no sentido pejorativo ou depreciativo mas baixo no sentido daquilo que está por baixo de cada cultura, aquilo que sub esta a cada cultura, ou seja aquilo que é imanente a cada uma delas.

Uma unificação por meio da articulação daquilo que é imanente a cada cultura significaria uma tentativa de unificar os dissemelhantes. Ora, unificar os diferentes é você construir um monstro, um Frankenstein. É você tentar construir uma super cultura feita de retalhos e aí você terá uma colcha de retalho com o nome de cultura.

Ou seja, uma cultura não surge porque sim. Ninguém pode criar uma cultura da noite para o dia. A cultura não é um produto individual. Ela é um produto colectivo. Portanto, ela surge amoldada ao interesse colectivo mas não ao interesse individual. Isso contudo não significa que para o indivíduo a cultura seja algo estranho.

Embora a cultura seja um produto colectivo, cada um de nós pode personalizar a cultura a qual ele pertence. Como? Amoldando a cultura as suas necessidades axiológicas individuais. O homem pode fazer isso porque ele tem um nous, um espírito. E esse nous, esse espírito é criador. O homem pode criar. E é esse acto criador é que chamamos de poesia. O homem é um poeta.

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