“O comunismo acabou”- Eis a maior mentira do
século XX. Essa crença só revela a profundidade da neurose em que se encontra
mergulhada os historiadores e analistas políticos em todo mundo. Isso acontece
porque eles só lêem literatura de esquerda não porque não haja vida inteligente
na direita mas por pura incapacidade de compreendê-los.
No passado dia 17 de Outubro,
o mundo celebrou a passagem dos 100 anos da Revolução Bolchevique na URSS. Para
muitos, a passagem dessa data foi celebrada com muita nostalgia, tendo o
discurso contra o mundo unipolar dominado a maior parte dos depoimentos
exibidos pela mídia.
A queda da URSS inspirou
muitas obras, sendo de destacar “o fim da história e o último homem” de Franz
Fukuyama. Contudo, será que o comunismo, de facto, caiu?
No ano 2000, o filósofo
francês Jean François Revel publicou um livro com o título “La grande parade”,
em que ele faz a seguinte questão: “se o comunismo caiu, como é que, volvidos
10 anos, ele esteja mais forte do que nunca”?
O grande erro que muitos
analistas de política internacional, sois
disant, cometem é o de confundir a URSS com o comunismo. Como a URSS
“caiu”, para eles, o comunismo também caiu. Porém, o comunismo não é a URSS. O
comunismo foi fundado por Marx e Engels em 1848, portanto, estamos dizendo que
o comunismo já existia pouco mais de 60 anos antes da revolução bolchevique.
Ele é anterior a URSS e sobreviveu, cinicamente, a queda da URSS.
Já expusemos em muitos
artigos que o comunismo não é um país, não é uma ideologia, não é estatização
de propriedade privada, etc., mas, sim, uma cultura. Aliás, o mito de que o
comunismo é a completa estatização da economia foi refutado por Ludvig Von
Mises em 1920 no seu livro: “socialismo: análise económica e sociológica” como
inviável, conforme já tivemos oportunidade de expor em diversos artigos
publicados neste blog.
Anatoly Golitsyn, um dos
dissidentes da KGB no ocidente, escreveu um livro em 1984 com o título “news
lies for old” em que ele desmascara a farsa da “perestroika” de Gorbatchev. Em
2006, o ex-tenente coronel russo Alexander Livitnenko, exilado na Inglaterra,
escreveu “Blowing up Russia: The terror from within”. Nesse livro, ele deixa
claro que o regime de Putin é o mesmo regime estalinista da antiga URSS.
A farsa da queda do comunismo
é que deu origem a mitologias como o “fim da história” de Fukuyama que, na
verdade, é uma ideia bem marxista. Se alguém pensou que Fukuyama, por ter
adquirido nacionalidade norte-americana, é conservador, bem se enganou.
Veja, para Marx, o motor da
história é a luta de classes. Ou seja, uma luta entre capitalistas burgueses e
o proletariado. De acordo com esse pensamento, se você elimina um desses pólos,
a história acaba. Uma vez que, na cabeça dos fukuyamas e tutti quanti, o comunismo caiu, então, só ficou o capitalismo e,
portanto, a história, no sentido de Marx, acabou. Porém, é preciso ser muito
pueril para acreditar numa coisa dessas.
Na sua “quarta teoria
política”, Duguin diz que das 3 teorias políticas que dominaram no século 20,
nomeadamente: o capitalismo, o nazi-facismo e o comunismo, apenas o capitalismo
sobreviveu. Porém, acreditar nisso é acreditar na estória da Carochinha. Ora,
não nos esqueçamos que Duguin é russo e filho de oficiais da KGB, hoje FSB.
Qual era a principal função ou arma da KGB? Muitos pensam que era a espionagem,
porém, estão enganados. A principal função e arma da KGB é e sempre foi a desinformatsya, ou seja, a
desinformação.
O relato de que o comunismo
acabou é, sem sombra de dúvidas, uma desinformação. O que é o comunismo? É o
socialismo internacional porque se for nacional é nazismo que significa
nacional socialismo. Nenhum analista político sério pode ignorar o facto de que
hoje, em pleno século XXI, o comunismo ou o socialismo internacional se tornou
num “poder omnipresente e invisível de um imperativo categórico, de um
mandamento divino” como diria Gramsci, de sorte que todo mundo se tornou
comunista sem saber.
A propaganda do aquecimento
global de Al Gore, gaysismo de Obama, abortismo Feminista da OMS,
desarmamentismo da ONU (1), ateísmo militante de R.Dawkins, etc., que é seguida
religiosamente por todos os países do mundo com a excepção de 2 ou 3, não tem
nada a ver com capitalismo mas, sim, com comunismo. Uma breve leitura de “o
manifesto comunista” de Marx e Engels de 1848 deixa isso claro.
Como se sabe, o capitalismo é
uma invenção do protestantismo cristão. Sendo cristão, em nenhum momento o
capitalismo iria apregoar valores anti-cristãos porque, nesse caso, isso seria
dar um tiro no próprio pé. Ou seja, sem a moral tradicional judaico-cristã, o
capitalismo é impossível. É por isso que eu afirmo que o que temos na China não
é capitalismo.
O esforço norte-americano de
tentar democratizar a China e outros países inimigos dos EUA com base no IDE (2)
não irá funcionar. Os que propuseram essa ideia absurda, fizeram-no baseado na
ideia de Marx de que as sociedades compõem-se de uma superstrutura ideológica e
uma infra-estrutura económica e que, em última instância, a infra-estrutura
determina a superstrutura. Ou seja, o dinheiro passou a ter o poder redentor do
evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não podemos negar como disse
George Simmel que “o dinheiro é a fronteira do interesse”, quer dizer, aí onde
termina o interesse do homem começa o poder do dinheiro. Ou seja, o poder
corruptor do dinheiro. Porém, o que quer um comunista? Certamente que ele quer
aquilo que está para lá do que o dinheiro pode dar. O comunista quer o poder
totalitário, ou seja, ele não quer apenas o dinheiro dos capitalistas, ele quer
também o poder militar e religioso, ou seja, ele quer sentar-se no próprio
trono de Deus como disse Marx: “eu vou destronar Deus” (vide Marx & Satan, de Richard Wumbrand).
Para os que dizem que impera
no mundo um poder unipolar e um pensamento único, a questão que se coloca,
conforme sugerida pelo filósofo Olavo de Carvalho, é a seguinte: “por que é que
as nações brigam tanto entre si”?
Na verdade, se há um poder
unipolar no mundo, o que eu creio que há, o centro desse poder não é os EUA
como muitos pensam ou são levados a pensar pelos que, na verdade, representam
esse poder único. Uma leitura do “USA and New World Order: a debate between
Alexander Duguin and Olavo de Carvalho”, esclarece a questão.
A ideia de confundir os
interesses de George Soros, Rockfeller, etc., com o interesse dos EUA é
realmente uma imbecilidade sem tamanho. Os atrás citados não representam o povo
americano mas, sim, a elite globalista que tem nos EUA o principal alvo a
abater junto com Israel porque os outros países do mundo já capitularam face a
esses poderes globalistas faz tempo.
Em África, infelizmente,
ninguém compreende o que está acontecendo. Para eles o comunismo acabou e os
EUA são o grande satã e a Rússia e a China são uns coitadinhos. É por isso que,
aqui, os globalistas impõem suas ideologias destrutivas sem muito esforço. Na
verdade, eles estão arrombando uma porta aberta como diz O.d.Carvalho. O fervor
com que repetimos as ideias mais imorais de todos os tempos ao mesmo tempo que
rangemos os dentes contra aqueles que mais se opõem a tais ideias é de uma
obscenidade pornográfica.
Não consigo conter a
indignação e o riso sarcástico quando ouço certos devotos do comunismo ou
saudosistas do comunismo dizer que o mundo estava melhor quando ainda havia a
URSS e o comunismo. Quando se chama a essa gente de assassina, elas se sentem
ofendidas, porém, basta uma pequena olhadela em “o livro negro do comunismo”
organizado por Steffen Courtois, um ex-comunista, para ver que o comunismo
matou no mínimo 100 milhões de pessoas, isso apenas contando os 70 milhões da
China sob Mao e os 60 milhões de russos inermes sob Stalin. Quer dizer, o
comunismo matou mais do que todas as pragas, guerras e catástrofes naturais
somadas dos tempos modernos. Deste modo, qualquer que diga uma só palavra em
louvor do comunismo é retroactivamente cúmplice do assassinato de mais de 100
milhões de pessoas. É um genocida. Esses psicopatas têm saudades dos
fuzilamentos no el paredon cubano.
Eles têm saudades da grande expurga, do processo de Moscovo, dos estupros das
pobres camponesas chinesas por Mao, etc.
Um dos grandes mitos do
comunismo é que a independência dos países africanos deveu-se a URSS. Mentira
maior não poderia haver. Os países que detinham maior número de colónias no
mundo foram a Inglaterra e a França. Ora, acontece que a Inglaterra deu
independência a suas antigas colónias sem nenhuma confrontação militar. Num
artigo publicado neste blog, escrevi
que aquilo que se chamou de luta pela independência dos países africanos, asiáticos
e latino-americanos nunca foi, propriamente, uma luta pela independência como
aconteceu com os EUA no século XVIII mas sim uma revolução comunista.
Na verdade, os países
africanos, asiáticos, latino americanos, etc., com a excepção de 2 ou 3, trocou
o colonialismo pelo comunismo. No primeiro hino nacional de Moçambique diz-se
que estávamos a lutar contra a burguesia, capitalismo, imperialismo, etc. Esses
termos são próprios do comunismo. Por outro lado, a independência é impossível
ao menos que você seja um ser a se
e, portanto, o Deus Omnipotente. Na verdade, o que aconteceu foi uma troca de
uma dependência por outra. Ou seja, agora, ao invés de sermos administrados
directamente pelo esquema de poder global, somos administrados indirectamente
por esse mesmo esquema. Ontem, os mesmos que diziam que tínhamos que ser
nacionalistas e lutar por nossa nação, mudaram de discurso e dizem que o
nacionalismo está fora de moda e que a globalização é a nova palavra de ordem e
que, portanto, temos que desmantelar as velhas fronteiras nacionais que tanto
sangue derramado custou aos povos para erguê-las.
Os nacionalistas de ontem são
os globalistas de hoje. Quem quer que defenda, hoje em dia, o nacionalismo como
Trump que quis proteger as fronteiras americanas contra o narcotráfico
mexicano, vai ser carimbado com o rótulo infamante de intolerante, nazista,
fascista, etc. pelos mesmos indivíduos que ontem fuzilaram a rodo todo aquele
que, no século passado, foi contra o nacionalismo. É o zeitgeist!
Notas:
(1) Michel Schooyans no seu livro “la face caché
de l’ONU” mostra que o programa de desarmamento proposto pela ONU vai
beneficiar a China e a Rússia porque Obama, como um bom servidor da Nova Ordem
Mundial fez de tudo para tirar a arma da mão dos civis, ainda bem que nos EUA
nem todo mundo é politicamente correcto que é um outro nome para imbecil.
(2) IDE=Investimento Directo Estrangeiro. A China
é o que é por causa do investimento americano público e privado. Querendo
conter a China a la J.F.Kennon, os EUA acabaram por criar um monstro de fazer
inveja a qualquer Frankestein.
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